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Sentas-Te com os Teus à volta da mesa, para com eles celebrares a Ceia
Pascal.
Eles não sabem, nem sonham, como esta Ceia Pascal vai transformar tudo e
todos, como esta mesa de celebração vai completar o Altar do Calvário, onde Te
vais entregar por eles e por todos nós.
No meio deles há um que Te vai trair, tal como no meio de nós continuam a
existir muitos que Te traem, a começar por mim.
É curioso como todos eles se perguntam quem será o traidor, como se todos
eles já percebessem que eram fracos e pecadores, como nós hoje, e sempre.
Aquele, daquele tempo, rejeitou a Tua misericórdia! Nós ansiamos por ela,
vivemos por ela e nela queremos morrer.
Levantou-se a “velha” conversa sobre qual seria o maior, o mais importante,
conversa infindável, que hoje continua nas nossas vidas, mesmo em Igreja.
Não tinham ainda percebido, como nós ainda também não percebemos totalmente,
que o Teu Reino não é deste mundo.
Procuramos-Te tanto, Senhor, por causa das nossas dores, das nossas
infelicidades, das nossas necessidades, e não percebemos que o melhor que Tu
nos queres dar é o amor, o Teu amor, que salva, porque é entrega total.
Para lhes mostrares, para nos mostrares, como o Teu Reino é diferente do
mundo, baixas-Te nessa Tua humildade “impossível”, tomas-lhes os pés, e
lava-los cheio de amor.
E dizes com o ar mais simples, como se fosse fácil, que mais devemos servir
do que ser servidos!
Como queres Tu, Senhor, que Te entendamos, se tudo fazes ao contrário
daquilo que achamos melhor?
Quando paras, Senhor, de nos surpreender com esse amor infinito, com que
insistentemente nos quer salvar?
É então, Senhor, que os, que nos, surpreendes uma vez mais, e provas, sem
dúvida, que a Tua promessa de ficar para sempre connosco, se torna realidade
naquele momento e para sempre.
Porque é então, Senhor, que Te dás a comer e a beber aos Teus, (e aos que
Te seguirem), fazendo-Te pão e vinho, ou fazendo do pão e vinho, o Teu Corpo e
Sangue, alimento divino e imperecível para os homens.
E depois, Senhor, a Última Ceia continua, e unida à Tua Paixão, Morte e
Ressurreição, não mais tem fim, porque o Teu amor é eterno, porque Tu és
eterno, porque está sempre realmente presente em cada Eucaristia celebrada.
Que hoje, Senhor, naquele momento sublime em que mais uma vez no altar Te
farás alimento divino para o homem, eu possa dizer, mais do que dizer,
proclamar no meu intimo, na minha vida e a todo o meu ser, a verdade
inabalável: «Meu Senhor e meu Deus!»
Marinha Grande, 24 de Março de 2016
Joaquim Mexia Alves
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