quinta-feira, 27 de março de 2025

QUARESMA 2025 VII

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Frente a Ti, Senhor, em adoração, pergunto-me como está a minha confiança em Ti.

É tão fácil dizer da “boca para fora” que confio em Ti e que em tudo aceito a Tua vontade.

Mas a verdade, Senhor, é que quando tudo corre bem, essa confiança em Ti é mais uma constatação do óbvio, do que o reconhecimento que Tu me dás a mão e me levas a viver esses momentos.

Talvez por isso, Senhor, peço-Te tanto e tão pouco Te agradeço.

Reconheço que as minhas orações deveriam ser mais de louvor e agradecimento do que orações de petição e de lamento.

E onde está a minha confiança em Ti, Senhor, quando a vida não me corre como eu desejo ou quando as provações e dificuldades acontecem?

Esta confiança de que falo, Senhor, não é confiar que me livras das provações e dificuldades, mas sim a confiança de crer firmemente que estás comigo, me dás a mão, e me ajudas a ultrapassar e a vencer os maus momentos.

A confiança que devo ter em Ti, Senhor, é acreditar que estás comigo e me dás as “ferramentas” necessárias para eu vencer as provações da vida sejam elas quais forem.

É a confiança que assenta no amor, no Teu amor, confiar que amando-me como Tu amas, com amor infinito, nada me faltará do que for realmente importante para a vida que me deste.

Mas soçobro tantas vezes, Senhor!
Tantas vezes me pergunto, perante as dificuldades, onde estás Tu, se me esqueceste e abandonaste.

Perdoa, Senhor, esta minha pobre fé e ajuda-me, ensina-me a acreditar que estás sempre comigo e nunca me abandonas.

Faz-me perceber que Tu queres que eu faça a minha parte, e não apenas esperar que Tu tudo faças.

Ajuda, Senhor, a minha fé.
Ajuda, Senhor, a minha confiança.
Ajuda, Senhor, a minha esperança.
Que seja sempre feita apenas e só a Tua vontade.




Garcia, 24 de Março de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

segunda-feira, 24 de março de 2025

QUARESMA 2025 VI

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Mais uma vez aqui junto a Ti, Senhor, olhando para Ti, recebendo de Ti, tentando deixar-me conduzir pelo Espírito Santo, para estar Contigo no amor do Pai.

Hoje reflito sobre as minhas distrações na oração.
Tantas vezes, Senhor, que quero rezar, mesmo nestes momentos de adoração, e a minha mente divaga por coisas que acontecem, coisas que desejo, coisas que vejo, enfim, coisas do mundo.

Quero concentrar-me em Ti, na oração, mas passados uns breves momentos iniciais, os meus pensamentos distraem-me de Ti e tornam a minha oração mais “mecânica” do que vivida.

Senhor, como posso eu controlar estas distrações que irrompem permanentemente em mim?

Parece que ainda são maiores, mais frequentes, quando quero estar Contigo mais intimamente, quando quero entregar-me à oração.

Sabes, Senhor, que a minha vontade é estar Contigo, escutar-Te no meu coração, fazer a Tua vontade e, no entanto, todos estes pensamentos têm muito mais a ver com a minha vontade, e com tantas coisas que cruzam a minha vida.

Eu sei, Senhor, eu acredito, que Tu lês a intenção do meu coração, e só isso me deveria bastar para confiar que recebes com amor, todo o pouco que Te dou de mim.

E se essas distrações se transformassem em razão de oração?
Se essas distrações, esses pensamentos, que são no fundo aquilo que vivo ou julgo querer viver, fossem razão para eu discernir em oração a Tua vontade sobre tudo isso na minha vida?

Então talvez essas distrações passassem a ser também um modo de Te escutar e tentar perceber a Tua vontade para mim.

E mesmo que sejam distrações diferentes, como ruídos, chuva ou vento ou tantas coisas mais que me podem distrair, então louvar-Te por elas e fazer delas um motivo para Te agradecer tudo o que me mostras e fazes em mim e por mim.

Perdoa, Senhor, as minhas distrações e pensamentos, e recebe-as amorosamente com as pequenas ou grandes fraquezas que tenho, mas quero corrigir segundo a Tua vontade.

Sempre para Te adorar, louvar e amar acima de tudo, Senhor.




Garcia, 20 de Março de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

quinta-feira, 20 de março de 2025

QUARESMA 2025 V

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Diante de ti, Senhor, leio e medito no Evangelho de hoje, luz em mais este dia de caminhada Quaresmal.

Oh, Senhor, o que seria de mim se me julgasses com a severidade com que tantas vezes eu julgo os outros?
Se me condenasse como tantas vezes condeno os outros?
Se não me perdoasses ou fosses lento a perdoar, como tantas vezes eu faço com os outros?

E afinal quem sou eu, Senhor, para julgar os outros, para condenar os seus actos, quando tantas e tantas vezes caio nos mesmos erros e fraquezas?

Tantas vezes deixo os meus pensamentos criticarem meu irmão, julgarem as suas atitudes, sem ter em conta que eu sou tão pecador como ele ou até talvez mais do que ele.

E, no entanto, quanto erro corro para Ti, ansioso pelo Teu perdão, desejoso que não me julgues com severidade, sabendo eu, acreditando eu, que a Tua misericórdia é sempre maior que o meu pecado, quando dele me arrependo.

Como posso eu ter um coração duro e fechado ao outro, se digo que Te amo, a Ti, que a todos amas sem exceção, nem acepção.

Pobre de mim que nem reconheço as minhas fraquezas, os meus julgamentos errados, as minhas faltas tantas vezes repetidas.

Ajuda-me, Senhor, a olhar os outros com o Teu olhar de misericórdia.
Ensina-me a ver em mim os erros que aponto aos outros.
Leva-me, Senhor, a perdoar como Tu me perdoas

Nas Tuas mãos entrego o meu querer, o meu ser, o meu viver.

Não me julgues com severidade, Senhor, nem uses a medida que eu tantas vezes uso com os outros.

Em vez disso abre o meu coração, Senhor, para pesar sempre primeiro as minhas faltas e, reconhecendo-me pecador, ter sempre um olhar de compaixão para com os outros que cruzam a minha vida.

Abre o meu coração, Senhor, e habita nele, para que sejas Tu e apenas Tu, o pulsar do amor que me dá vida.






Garcia, 17 de Março de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

segunda-feira, 17 de março de 2025

QUARESMA 2025 IV

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Defronto-me agora, Senhor, frente a Ti, e nesta caminhada quaresmal pelo deserto Contigo, com a “pedra” da rotina.

Eu sei, Senhor, que para mim fraco e inconstante, a rotina é importante, para que sempre me lembre de estar Contigo, de rezar, celebrar, louvar, adorar e bendizer.

Mas a verdade, Senhor, é que, por vezes, as minhas orações diárias são mais ditas do que rezadas, são mais um hábito do que um amor por Ti, são mais uma, diria, vã repetição do que um estar ligado a Ti em oração.

E quando assim é, Senhor, reconheço que afinal estou apenas a “papaguear” palavras que o meu coração não acompanha.

Quase como um medo de que se o não fizesse, algo de mal poderia acontecer.

E Tu, Senhor, lês sempre os nossos corações, e por isso percebes bem que, nesses momentos, o meu coração está “frio” de Ti, por causa das orações que se tornam apenas rotineiras, ou seja, sem chama, nem sentido.

Reconheço, Senhor, esta minha fraqueza, fruto com certeza de algum comodismo, de alguma preguiça espiritual, não me entregando verdadeiramente ao desejo, à vontade, de estar Contigo em oração em cada momento da vida que me deste.

Perdoa, Senhor, a minha rotina, quando ela não me leva a Ti, e se torna apenas num cumprir de um hábito sem calor, sem amor, sem entrega.

Que o Espírito Santo suscite em mim uma oração sempre nova, uma vontade de rezar sempre contínua, um desejo de estar sempre Contigo, para melhor conhecer a Tua vontade e a ela me entregar.

Tu, Senhor, que «renovas todas as coisas», faz também sempre nova a minha oração.





Garcia, 13 de Março de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

quarta-feira, 12 de março de 2025

QUARESMA 2025 III

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Aqui, Senhor, perante Ti, tropeço nesta pedra desta caminhada no deserto, Contigo.

Já há muito tempo que me chamas a atenção para ela, para essa pedra em que tropeço tantas vezes, a pedra do orgulho, da vaidade, de achar que eu sou alguém importante.

Quando há dias entrei na igreja para participar da Missa, quis ir muito antes, para poder estar Contigo, para poder rezar.

E ali estava eu, para rezar, mas afinal estava atento a quem ali estava, a quem entrava, e cumprimentava toda a gente, fazendo-me visível para todos, para quê e porquê, Senhor?

Na Tua bondade, na Tua compaixão, chamaste-me a atenção para o que afinal eu estava ali a fazer, se a rezar e a estar Contigo, ou a querer ser visto ou qualquer outra coisa parecida.

Envergonhado fechei os olhos, e prometi que só os abriria quando começasse Eucaristia.

Abstraí-me do exterior, entrei mim, e pedi-Te que ficasses comigo e aceitasses a minha pobre oração.

E por esses momentos fiquei ali Contigo, ouvindo o meu coração, rezando, louvando, tentando-me fazer o mais pequeno possível.

Porque me é tão difícil, Senhor, vencer o orgulho, a vaidade, a ânsia de protagonismo?

Eu sei, Senhor, que reconheço vezes sem conta estas minhas fraquezas, mas a verdade é que se as vou vencendo de quando em vez, talvez sejam mais as vezes que nelas caio.

Ah, Senhor, se me desses uma “fórmula”, um modo de me libertar destas fraquezas, que tantas vezes me consomem e envergonham, eu seria bem mais feliz.

Peço-Te, Senhor, tantas vezes, e continuarei sempre a pedir-Te o dom da humildade.

Esta pedra que sempre reconheço em cada dia e agora neste caminho quaresmal, só a poderei “partir” à força de tantas vezes tropeçar e cair nela, por Tua graça, Senhor.

Que o Teu amor, Senhor, que a Tua compaixão, me levantem sempre que nela tropeçar e cair.

Talvez assim seja, Senhor, para que eu perceba que devo estar sempre vigilante, porque sou fraco e pecador e só em Ti posso encontrar a força para me vencer.

Tem compaixão, Senhor, deste pobre pecador que Te dá a mão neste caminho de deserto.





Garcia, 10 de Março de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

segunda-feira, 10 de março de 2025

QUARESMA 2025 II

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Nestes primeiros passos, deste caminho quaresmal, levado por Ti, Senhor, encontro a minha cruz.

Está pelo chão, porque muitas vezes eu não a coloco aos ombros, para a levar comigo.

E, no entanto, Senhor, Tu dizes-nos que devemos tomar a nossa Cruz para Te seguirmos.

Reflicto, Senhor, que muitas vezes sou mais rápido a querer ajudar os outros a levarem as suas cruzes, do que me apresto a levar a minha.

Talvez, Senhor, ou de certeza, porque reconhecer as cruzes dos outros, ou pensar que as reconheço, ser bem mais fácil do que reconhecer a minha própria cruz.

E nesta reflexão, Senhor, não penso nas tribulações e provações da vida do dia a dia, mas sim nas fraquezas, nos defeitos, nos erros tantas vezes cometidos.

Realmente é tão mais fácil dar conselhos, como quem ajuda os outros a levar a cruz, do que ouvir conselhos ou, se quer, aplicar os conselhos que dou a mim próprio.

Como posso eu querer ajudar outros a levarem as suas cruzes, se deixo a minha pelo chão e não a aceito na minha vida?

Esta cruz em que penso, é a cruz dos meus pecados cometidos, das tais pequenas faltas que repito diariamente e, tantas vezes, não as quero reconhecer ou reconhecendo-as, não faço tudo para as ultrapassar e para as vencer.

Realmente, Senhor, é tão mais fácil ver a cruz dos outros e querer ajudá-los a levá-las, como se isso substituísse a necessidade imperiosa de colocar a minha cruz aos ombros e transportá-la em cada dia da minha vida.

Ajuda-me, Senhor, nesta Quaresma, a reconhecer a minha cruz, a colocá-la sobre os meus ombros e a levá-la com todo o amor, e então sim, poderei ajudar outros a levarem também as suas cruzes.

Ajuda-me, Senhor a encontrar-me verdadeiramente, porque encontrando-me, encontro-Te a Ti em mim.





Garcia, 6 de Março de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

quarta-feira, 5 de março de 2025

QUARESMA 2025 I

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Leva-me Contigo, Jesus, até ao deserto.

Tu não precisas do deserto, mas eu preciso muito, e preciso da Tua companhia, mais do que da Tua companhia, preciso da Tua ajuda para encontrar as minhas pedras no caminho.

Peço-Te, Jesus, que apenas me dês água, quando levado por Ti, encontrar cada fraqueza que vive em mim, delas tome consciência, me arrependa e tudo faça para as vencer e ultrapassar.

Leva-me, Jesus, dá-me a mão e que o Espírito Santo me mostre aquilo que está escondido em mim, e tantas vezes me leva a afastar-me de Ti.

Aquelas coisas que tenho por hábito chamar pequenas coisas, mas que acabo por repetir tantas vezes em cada dia.

Neste caminho pelo deserto, Jesus, faz-me tropeçar nessas pedras que me fazem cair.

Deixa-me cair, Jesus, e depois, quando eu tomar verdadeira consciência do erro, peço-Te que me dês a mão e me levantes por Teu amor.

Não sei se faço mal, Jesus, mas quero pedir que não me avises antes de encontrar essas pedras, mas que me deixes tropeçar nelas e cair, para que tome verdadeira consciência de como elas são obstáculos da minha vida.

Esta viagem de quarenta dias começa agora, e quero muito, Jesus, em cada momento de queda, ou seja, de reflexão, eu me detenha a pensar no que devo fazer para não cair outra vez, e isso, Jesus, só Tu e o Espírito Santo, podeis fazer em mim, para que a conversão aconteça todos os dias desta caminhada.

Agora já és Tu mesmo, Jesus, que me dizes: Partamos ao encontro de ti, meu filho, para que te possas conhecer melhor e, nesse conhecendo-te melhor, encontres o caminho que Eu te dou.

Sim, Jesus, partamos porque eu quero muito ir.





Garcia, 3 de Março de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

segunda-feira, 3 de março de 2025

CARNAVAL

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Aproxima-se o Carnaval, um tempo em que muitas pessoas se mascaram, se querem fazer passar por outra coisa que não elas próprias.

Às são vezes sonhos mal sonhados, desejos nunca concretizados, coisas que afinal talvez nem quisessem ser, mas que no Carnaval acabam por assumir, mascarando-se.

Mas a verdade, Senhor, é que muitos de nós andamos mascarados no dia a dia das nossas vidas.

Muitas vezes queremos mostrar aos outros virtudes que não temos, ou que não assumimos, e acabamos por viver algo que não somos nós verdadeiramente, mas a imagem que queremos passar de nós próprios.

Alguém já usou uma expressão como o Carnaval da vida, e realmente, quando nos “mascaramos” do que não somos realmente, vivemos esse “carnaval”.

Mas nós, que nos afirmamos cristãos, mais do que cristãos, queremos ser discípulos de Cristo, não podemos viver “mascarados”, não podemos viver na mentira, mas temos sim que viver como realmente somos, com as nossas virtudes, mas também com os nossos defeitos, lutando sempre para «sermos perfeitos como o Pai é perfeito».

A seguir ao Carnaval, vem o tempo de Quaresma, o tempo ideal para colocarmos as nossas “máscaras” de lado e procurarmos a verdade das nossas vidas.

Não somos “príncipes encantados”, nem sequer “reis” ou “deuses”, ou qualquer outra “máscara” que nos engana, somos sim Teus filhos, Senhor, feitos «à tua imagem e semelhança», para a qual queremos sempre viver, embora, por enquanto, sejamos todos pecadores.

Ajuda-nos, Senhor, nesta Quaresma e sempre, a retirarmos as nossas “máscaras”, e a voltarmos para Ti «em espírito e verdade», para que, vivendo no Teu amor e para o Teu amor, sejamos sempre amor uns para os outros.





Marinha Grande, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

CARTA A UM AMIGO

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Estou aqui, frente ao Santíssimo Sacramento, em adoração, e gostava, gostava muito, meu amigo, que andas afastado de Deus, que aqui estivesses comigo também.

Não, não te quero convencer de nada, quem sou eu, pobre de mim, para o fazer, mas quero dizer-te como é bom estar aqui, como é bom estar com Deus.

Também eu andei afastado de Deus muito tempo, e parecia-me que a vida que levava era muito boa, que tinha quase tudo o que precisava para ser feliz, sobretudo quando corria tudo bem, mas a verdade é que quando as dificuldades apareciam, tudo se desmoronava e nada tinha a que me agarrar.

Os prazeres que tirava da vida eram muitos, mas chegava sempre à conclusão que tinham apenas presente e nunca tinham futuro, mais ainda, que mal o efémero prazer passava, havia uma quase frustração, porque nada continuava.

E eu tinha tido todo o ensino das coisas de Deus, e até o testemunho fiel de meus pais, mas o tempo, o comodismo, a preguiça, o “deixa andar”, acabaram por me afastar inexoravelmente de Deus.

E começaram a chegar aqueles momentos em que a ausência de um futuro, e pior do que isso, uma quase previsão de um abismo, começaram a fazer-me perceber que não era por ali o caminho.

E comecei à procura d’Ele, e Ele, quando O procuram, logo Ele se faz encontrado!

Mas não é um encontro intempestivo, cheio de recriminações ou conselhos, mas sim apenas uns braços abertos, que nos acolhem, nos apertam e nos enchem de amor.

Mas também não é aquele amor efémero, um amor de um momento, é um amor que permanece, que nos enche de paz, que nos traz uma serena alegria, e nos faz sentir que seja em que momento for, Ele está sempre connosco, até mesmo quando nos afastamos d’Ele.

E depois, sabes meu amigo, tudo isto se reflecte no nosso dia a dia e, à medida que O vamos conhecendo melhor, cada vez mais Ele se faz presente, e nos proporciona momentos em que O percebemos incrivelmente presente em tantas coisas que vemos, dizemos, sentimos e vivemos.

Deves agora já estar a pensar que isso é demais, que é uma presença que até pode ser incómoda, mas não, meu amigo, Ele é o Mestre do “bom senso” e, por isso, nunca se impõe, nem colide com a nossa total liberdade.

E aqui, frente a Ele, (sabes bem que acreditamos firmemente que Jesus Cristo está verdadeiramente presente na Eucaristia), ainda mais este amor toma conta de mim e me faz perceber que a vida com Ele tem todo o sentido, apesar de todas as provações e dificuldades.

E sabes, meu amigo, não é preciso saber muitas coisas, não é preciso saber falar muito bem, não é preciso dizer coisas muito inteligentes ou teológicas, mas apenas olhá-lO e dizer-lhe com todo o amor que nos for possível: Aqui estou, Senhor! Faça-se em mim a Tua vontade.

Depois, meu amigo, depois abandonamo-nos a Ele, deixamos que o amor do Pai nos envolva, entregamo-nos ao Espírito Santo e deixamos que Ele nos conduza, às vezes no silêncio, outras vezes no olhar o Santíssimo repetindo interiormente o nome de Jesus, outras vezes ainda deixando que as palavras saiam do nosso coração e se tornem numa oração que Ele entende e aceita cheio de amor.

Ah, e sabes, as palavras até podem ser importantes, mas muito mais importante é a intenção do nosso coração, porque é o nosso coração que Ele conhece como nós não conhecemos.

Então o amor, a paz, a serenidade, a confiança, a esperança, tomam conta de nós e podemos viver a vida com tudo o que ela contém, porque acreditamos que Ele está connosco em todos os momentos.

Por isso, meu amigo, gostava muito, muito que estivesses aqui comigo, para estarmos os dois com Ele.





Garcia, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves


terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

MOMENTOS

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Porque não consigo, Senhor, despojar-me de todos os pensamentos, esvaziar-me de tudo o que se passa na minha cabeça, para apenas Te ouvir a Ti, que és o meu Senhor e guia?

Porque não consigo esvaziar o meu coração de tantas coisas inúteis, de tantos sentimentos que por vezes me avassalam, (alguns deles até me afastam de Ti), para que o meu coração seja apenas preenchido pelo Teu amor?

Porque não consigo, Senhor, deixar de pensar em mim, no que me agrada ou que eu penso fazer-me feliz, para me abandonar incondicionalmente à Tua vontade?

Porque não consigo, Senhor, que a minha oração não seja minha, mas Tua, e assim o que oro ser apenas o Teu louvor e a adoração que Te é devida?

Porque não consigo, Senhor, “vestir-me” de humildade, mais do que “vestir”, ser verdadeiramente humilde e, afinal, deixo que o orgulho e a vaidade me encham do nada que para nada serve?

Porque não consigo, Senhor, amar tão verdadeiramente, que não faça acepção de pessoas, que não escolha uns em detrimento de outros, que abrace todos sem excepção, enfim, Senhor, que ame com o Teu amor?

Porque não consigo, Senhor, desprender-me de mim, daquilo que eu julgo ser, para encontrar em mim aquele que Tu criaste à Tua imagem e semelhança?

Escuta, Senhor, a voz do meu lamento, a minha súplica, e permite que ao menos por um momento eu seja apenas aquele que Tu criaste e conheces verdadeiramente.

Então nesse momento, Senhor, totalmente abandonado a Ti e em Ti, viverei por um breve momento o Teu amor todo inteiro no meu ser, e serei feliz por Ti, para Ti e em Ti.





Garcia, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

CONTRIÇÃO

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Tenho o coração pesado, Senhor.

Está pesado porque caí nas minhas fraquezas, não fui capaz de resistir, não foi capaz de evitar os excessos, isso pesa-me, Senhor, faz-me retroceder no caminho do amor que Tu sempre me dás.

Sim, Senhor, eu sei que o Teu perdão me alcança, que o Teu amor me abraça, que a Tua luz me ilumina e guia, mas sinto dentro de mim esta tristeza por não ter resistido como Tu querias que eu tivesse feito.

É verdade, Senhor, não recorri a Ti, não Te pedi forças, não Te pedi ajuda e, por isso mesmo, deixei-me levar pela minha fraqueza.

Por muito que eu me queira desculpar e querer convencer que não foi assim tão importante, a verdade é que não deixa de ser uma falha, uma queda, um dizer não à Tua vontade para apenas fazer a minha.

Talvez eu já me julgasse capaz, talvez eu pensasse que já tinha forças para resistir e, assim, assumindo que na minha auto convicção que tudo podia, acabei por cair na fraqueza da minha humanidade.

Tem compaixão, Senhor, Tu que és o amor e o perdão, abraça-me junto a Ti.

Não retires de mim a vergonha da minha fraqueza, a contrição da minha falta, a tristeza do meu erro, para que eu possa perceber em mim que, quando me afasto de Ti, quando não Te procuro para me ajudares a vencer as minhas fraquezas, o meu viver deixa de ter sentido, porque se afastou do Teu amor.

Olho-Te, Senhor, e descanso em Ti, no Teu perdão e, apesar do Teu olhar estar repleto de amor, quero envergonhar-me diante de Ti e dizer-Te de coração contrito: Perdoa-me, Senhor, porque sou fraco e pecador.






Garcia, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

AS CINCO CHAGAS DE CRISTO

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Jesus ao ressuscitar poderia tê-lo feito mostrando o Seu Corpo isento de todas as marcas da Paixão, sobretudo das Cinco Chagas que sofreu por todos nós.

Mas quis manter essas marcas indeléveis, como sinais do Seu infinito amor por nós.

No fim do dia em que Maria Madalena, Pedro e João se deparam com o túmulo vazio, Jesus aparece aos seus discípulos.

«Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, com medo das autoridades judaicas, veio Jesus, pôs-se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco!» Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o peito. Os discípulos encheram-se de alegria por verem o Senhor.» Jo 20, 19-20

Podemos então reparar no pormenor da narração do Evangelho de São João que afirma, «mostrou-lhes as mãos e o peito».

Sabemos também que nesse dia, Tomé não estava com eles e que, «oito dias depois» (Jo 20, 26), Jesus volta a aparecer no meio deles e chama um Tomé incrédulo dizendo-lhe: «Olha as minhas mãos: chega cá o teu dedo! Estende a tua mão e põe-na no meu peito. E não sejas incrédulo, mas fiel.» Jo 20, 27

E a mesma narração diz-nos que o Apóstolo, sem tocar em Jesus, responde dizendo: «Meu Senhor e meu Deus!» Jo 20, 28

As Cinco Chagas que Jesus quis então manter no Seu Corpo ressuscitado, são a prova mais evidente de que o Cristo ressuscitado é o mesmo Jesus que sofreu a Paixão e deu a vida por todos nós, na Cruz.

São razão, portanto, para nos colocarmos perante as nossas fraquezas, os nossos pecados, que infligiram em Jesus Cristo tão terríveis dores, e arrependidos, também O reconhecermos como «Meu Senhor e meu Deus!»

Mas são também, paradoxalmente, razão da nossa alegria, porque essa mesma Paixão e Morte, bem presentes nas Cinco Chagas do Senhor, são a certeza inabalável de que Deus nos ama infinitamente, de tal modo, que entregou o próprio Filho para padecer e morrer por nós, ressuscitando ao terceiro dia, libertando-nos assim da lei da morte do pecado.

Podemos, por isso, mais do que olhar ou venerar as Cinco Chagas do Senhor, dar graças, alegrarmo-nos, porque Cristo ressuscitou e está no meio de nós e, perante as nossas fraquezas, arrependidos, podemos colocar todos os nossos pecados nas Chagas do Senhor, pois são elas a realidade mais visível da total entrega de Deus por nós.

Podemos, até, considerar na nossa entrega a Jesus Cristo, as Suas Chagas como uma “entrada” para estarmos n’Ele e com Ele, ou mesmo, uma fortaleza para, “metendo-nos” nelas, resistirmos ao pecado.

Muitas vezes, colocados perante a crueza da Paixão e Morte de Jesus, prostramo-nos e deixamo-nos abater pelo peso das nossas fragilidades, pelo peso do nosso “ser pecador”, e podemos e devemos fazê-lo sem qualquer dúvida, mas também podemos e devemos alegramo-nos, na serena alegria de Deus, porque fomos libertos do pecado e salvos da morte, na esperança real da vida eterna com Deus e em Deus.

Sabemos que muitos Santos tinham uma verdadeira devoção às Cinco Chagas de Cristo, com expressões tão belas como por exemplo São João de Ávila, «Metei-vos nas chagas de Cristo», ou São Josemaria «Meter-me, cada dia, numa chaga do meu Jesus».

O Papa Francisco disse numa homilia em 7 de Abril de 2013:
«Na minha vida pessoal vi muitas vezes o rosto misericordioso de Deus, a sua paciência; vi também em muitas pessoas a determinação de entrar nas chagas de Jesus, dizendo-Lhe: “Senhor estou aqui, aceita a minha pobreza, esconde nas tuas chagas o meu pecado, lava-o com o teu sangue”. E vi sempre que Deus o fez, acolheu, consolou, lavou, amou»

Celebremos esta Festa das Cinco Chagas de Cristo, com toda a devoção e entrega, sabendo que em Cristo e com Cristo somos em tudo e sempre vencedores.




Festa litúrgica das Cinco Chagas do Senhor
Marinha Grande, 7 de Fevereiro de 2025
Joaquim Mexia Alves

As citações de São João de Ávila, São Josemaria e Papa Francisco foram retiradas do site Opus Dei

Texto publicado no Grãos de Areia, boletim digital da paróquia da Marinha Grande

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

O PEDIR

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«Que queres que Eu te faça?» Lc 18, 41

Perguntas-me Tu, Senhor, também, e a minha primeira resposta, o meu primeiro pedido, com humildade o confesso, é tantas vezes qualquer coisa como pedir-Te que seja feliz, que tenha neste mundo tudo o que necessito para viver uma vida sem preocupações, no fundo coisas do mundo para viver para o mundo.

Mas depois penso, reflicto, e pergunto-me como é possível estar diante de Ti no Santíssimo Sacramento, Tua presença real, e responder-Te que afinal o que quero de Ti são coisas do mundo, para o mundo.

Baixo a cabeça e espero que me perguntes outra vez.

E essa é uma verdade em que eu acredito firmemente, ou seja, que Tu nunca cessas de perguntar o que eu quero que Tu me faças, pois Tu não dás segundas oportunidades, dás todas as oportunidades para Te podermos responder e seguir segundo a Tua vontade.

Agora, Senhor, depois de me colocar verdadeiramente diante de Ti, desejo muito que a minha resposta à Tua pergunta seja:

Aumenta a minha fé, Senhor.
Ensina-me a amar, Senhor.
Ensina-me a rezar, Senhor.
Ensina-me a ser perseverante, Senhor.
Ensina-me a confiar em Ti, Senhor.
Ensina-me a esperar em Ti, Senhor.
Ensina-me a entregar-me a Ti, Senhor.
Ensina-me a ser Teu discípulo, Senhor.
Ensina-me a ser Igreja, Senhor.
Ensina-me a ser «à tua imagem e semelhança», Senhor.
Ensina-me a ser apenas segundo a Tua vontade, Senhor.
Ensina-me a esvaziar-me de mim, para me deixar encher de Ti, Senhor.

Porque assim acredito, Senhor, que me darás, afinal, tudo o que me faz verdadeiramente falta, para viver no mundo e ser feliz.

Porque afinal só Tu, Senhor, sabes o que eu realmente preciso.

Porque sempre e apenas “só Deus basta”.




Garcia, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

POR AQUELES QUE NÃO GOSTAM DE MIM

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Hoje, Senhor, aqui em adoração, quero pedir por aqueles que não gostam de mim, talvez até digam mal de mim, aqueles que têm alguma coisa contra mim, justificável ou não.

Eu não sei, Senhor, de coração sincero, quem são ou possam ser, mas com certeza que existem e me julgam segundo o que pensam de mim, mas também eu o faço, confesso, tantas vezes em relação a outros.

Por isso quero juntar àqueles por quem agora Te peço, todos aqueles que eu julgo e não devia julgar, todos aqueles de quem Eu não gosto tanto, todos aqueles que por vezes até me causam irritação no meu dia a dia, por vezes até, por causa da política.

Sim, Senhor, eu sei que não sou perfeito, pobre de mim, e ao contrário de Ti, faço muitas vezes acepção de pessoas, considerando uns e desconsiderando outros.

Então também, Senhor, com certeza, haverá aqueles que me julgam pela mesma medida que eu uso para julgar outros, com certeza haverá muitos que não gostam de mim pelas mais diversas razões, pelo meu aspecto, pelas minhas atitudes e modo de viver, se calhar até pelo meu passado, e é por todos estes, Senhor, que agora Te quero pedir.

Não sei das suas necessidades, mas tenho a certeza que posso pedir para eles a Tua bênção, que abençoes as suas vidas e derrames sobre eles as Tuas graças, porque Tu sabes muito bem de tudo o que cada um deles necessita.

Quero pedir tudo isto, Senhor, abrindo meu coração à sinceridade, embora reconheça que a minha sinceridade é muito frágil.

Peço-Te, por isso, Senhor, que não olhes para essa minha insinceridade, e atendas o meu pedido de os abençoar no Teu amor, sobretudo, que Te encontrem e conTigo, por Ti em Ti, vivam o caminho da salvação.

Quanto a mim, Senhor, perdoa-me por ser tão fraco, e por julgar os outros por vezes tão severamente.

O que seria de mim, Senhor, se Tu me julgasses assim!

Entrego-os a todos nas Tuas mãos, e abandono-me à Tua misericórdia.





Garcia, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves


quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

PRESENÇA

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Olho-Te na custódia com toda a capacidade que me dás para ver, servindo-me dos meus olhos.

Semicerro-os na esperança de Te ver, de ver ao menos a Tua imagem ali presente.

E nada consigo ver!

Peço-Te, suplico-Te, Senhor, que me deixes ver-Te em todo o Teu esplendor.

Sei que não sou digno, mas ouso pedir-Te, insistentemente, essa graça.

Suavemente, como sempre fazes, vais-me conduzindo e, se não Te vejo, pelo menos sinto-Te, não só perto de mim, mas em mim.

Ouço com o coração o que me dizes sem palavras:

Acerca-Te de mim, meu filho, não com os olhos do teu corpo, mas com o desejo do teu coração.

Repara que é lá, no teu íntimo, que Eu estou sempre à tua espera.

Não procures com as coisas do mundo a Minha presença, mas procura no mundo a Minha presença em tudo aquilo que o Meu amor te dá.

Deixa-te conduzir, deixa-te envolver, fecha os teus olhos e abre o teu coração.

Assim podes ver-Me, mesmo sem Me veres, porque Eu sou o amor que coloco em ti e em todos, para que se amem uns aos outros como Eu vos amo.


Respondo-Te com as palavras do meu coração:
Obrigado, Senhor! Agora vejo-Te em amor, no amor e por amor.







Garcia, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

MÚSICA CELESTE

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Há uma música suave que vem ao meu coração neste momento de adoração, Senhor.

É uma música sem som, sem notas musicais, uma música que se vai formando e tomando conta de mim.

É a música do Teu amor, Senhor!

E não há, nem pode haver, música mais bela que possamos ouvir, (aliás, só se ouve com os ouvidos do coração), que possamos sentir, que a melodia do Teu amor.

Não são anjos a cantar, porque os anjos não conseguem cantar a melodia do Teu amor em toda a sua beleza.

Não é a natureza bela que criaste, Senhor, porque a natureza tem limites e a música do Teu amor é infinita e eterna.

Não é a humanidade que a canta ou interpreta, porque a melodia do Teu amor vai muito para além da humanidade, vai para além de tudo o que possamos fazer ou sentir.

Esta música suave e inexcedivelmente bela do Teu amor, é a Tua presença na Eucaristia, fonte de vida e de alegria.




Garcia, (escritos em adoração)
Joaquim Mexia Alves

quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

APRESENTAÇÃO DO MEU LIVRO “ORANDO EM VERSO III

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Na sexta feira, dia 24, às 21.30, no salão 1 da nossa igreja da Marinha Grande, terá lugar a apresentação do meu terceiro livro “Orando em Verso III”.

A apresentação será feita pelo meu amigo Padre Armindo Castelão Ferreira, que aceitou o nosso convite para viver connosco esta minha alegria.

Tenho de agradecer muito ao Padre Patrício Oliveira, meu amigo e meu pároco, todo o trabalho que teve na concepção, paginação, etc., deste livro, bem como a óptima fotografia do autor colocada na badana do livro e que também está impressa neste convite.

Muito obrigado pelo fantástico trabalho.

Tenho também de agradecer muito à minha amiga Daniela Sousa a excelente fotografia da capa do livro, que engrandece o livro, sem a mínima dúvida.
A fotografia é do grande crucifixo que faz parte do espólio artístico da Paróquia da Marinha Grande.

Claro que o meu maior agradecimento vai para Deus, o Pai, o Filho, o Espírito Santo, que, no Seu infinito amor, conseguiram moldar a “pedra dura” que eu era, (e ainda sou um pouco), e levar-me a escrever coisas que eu próprio não consigo, por vezes, abarcar.

À minha Mãe do Céu, dizer obrigado por tantas vezes me dar a mão quando me perco no caminho.

Todos estão convidados a juntarem-se a nós nesta noite de grande alegria para mim.

A receita da venda deste livro reverte inteiramente para a Paróquia da Marinha Grande, particularmente para o fundo para a construção do Centro Pastoral, que tanto desejamos e necessitamos na nossa paróquia.

Quem não quiser ou puder estar presente, mas quiser adquirir o livro, pode fazê-lo enviando um email para – orandoemverso@gmail.com – expressando essa intenção e na resposta será indicado o modo como poderá adquiri-lo.





Marinha Grande, 15 de Janeiro de 2025
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

PORQUE TE AMO

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E depois vêm aqueles momentos em que quero sentir-Te, quero viver-Te, quero sentir a Tua presença e … nada acontece.

Quero adorar, quero rezar, quero louvar, quero agradecer e até pedir, quero escrever e … nada acontece.

Porquê, Senhor, porque Te escondes assim de vez em quando, mesmo acreditando firmemente na Tua presença na Eucaristia?

Porque não sinto aquele calor, aquela quase exaltação, aquele quase frenesim, que me leva a alinhar palavras numa folha de papel, para dizer o mais óbvio, que Tu és amor, que Tu és tudo, que Tu és a vida e a esperança já cumprida.

Fazes-Te assim distraído, sabendo eu que estás sempre atento.

Fazes-Te assim indiferente, quando eu sei que Te preocupas constantemente.

Afinal que quero eu?

Sentir-Te, viver-Te?

Mas se eu acredito que Tu estás sempre, então porque quero eu precisar de Te sentir, de Te ouvir, se acredito que Tu estás e vives em mim sempre que me abro a Ti?

Mesmo na secura mais fria e escura, eu acredito que Tu estás sempre ali à minha espera, mais do que à minha espera, a dar-me a mão e a dizeres-me nesse Teu jeito de amor: Amas-me, Joaquim?

E eu vou dizendo que sim, que Te amo sempre, sem fim.

E Tu vais perguntado muito mais do três vezes, porque eu Te neguei e nego muito mais do que Pedro, pobre de mim.

Mas vou sempre repetindo, timidamente, como com medo de estar a mentir: Sim, Senhor, eu amo-Te.

E Tu olhas para mim, entras no meu olhar ainda cego, vais até ao meu coração, e é então que eu exclamo com surpresa e adoração: Ah, Senhor, afinal estavas aí, bem dentro de mim!

Tu sorris, fixas o Teu olhar no meu, e dizes-me cheio de amor: Porque te amo, Joaquim, porque te amo!

Obrigado, Senhor!






Garcia,
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

EM TI NADA ESQUEÇO

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De repente percebi que me faltavam o pequeno caderno e a caneta com que escrevo o que vou sentindo, o que vou vivendo nestes momentos de adoração.

Olhaste para mim, Senhor, sorriste e disseste-me: Escreve na tua mente, guarda no teu coração, depois te recordarás deste momento e assim poderás vivê-lo novamente.

Assim fiz, Senhor, e hoje deixo que venha à minha memória, ou melhor, ao meu coração, o que senti e vivi.

Foi, como sempre é, um momento de entrega, de, levado por Ti, entrar dentro de mim e conhecer-me, ou melhor, reconhecer-me no que Tu mesmo me mostras do meu ser.

Fizeste-me perceber tantas coisas boas que em mim colocas, e assim me conduziste também a entender as fraquezas que eu vou deixando acontecer na minha vida.

Não me acusaste de nada, porque Tu não és acusador, mas antes me abraçaste e, perante o meu reconhecimento do pecador que sou, percebendo o meu arrependimento, perdoaste-me e fizeste-me sentir o Teu amor.

Depois foi como se me dissesses que ficaríamos ali os dois, fazendo companhia Um ao outro, embora, Senhor, eu seja fraca companhia, porque me disperso, me deixo envolver em pensamentos que nada têm a ver com o momento.

Mas Tu, nesse Teu infinito amor que tens por mim e por cada um, recebes no Teu Coração cada breve momento em que estou verdadeiramente conTigo, como se de um tesouro se tratasse.

Percebo agora melhor a “ovelha perdida”, porque para Ti qualquer “ovelha encontrada”, qualquer momento de amor que Te é dado em verdade, é uma festa da qual só Tu conheces a real e infinita alegria, porque Tu sendo Deus, tudo vives na infinitude de tudo o que é bom.

Afinal, o “caderno” da minha mente e a “caneta” do meu coração, acabaram por reviver um pouco do que vivi conTigo naquele breve momento.

Obrigado, Jesus, meu Senhor e meu Deus.







Marinha Grande, 11 de Dezembro de 2024
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

ANO NOVO – ESPERANÇA

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Confesso que nunca me interessou como festa importante a passagem de ano.

Mas a verdade, é que embora seja apenas um dia que acaba e outro que começa, envolve também o começo de um novo ano nas nossas vidas.

Também nunca fui pessoa de estabelecer compromissos para um novo ano, porque os meus compromissos mais importantes são com a minha continua conversão e, como tal, são diários e assim os tento viver.

Obviamente que tenho de considerar o que desejo aconteça neste ano que agora vai começar, mas esses são também desejos de todos os dias, porque envolvem sempre a vontade de ver e viver numa sociedade mais justa, mais equilibrada em tudo, quer nos bens materiais, quer na justiça e sobretudo na paz entre os homens.

Estes desejos têm sempre que revestir-se de esperança, porque se assim não fosse, se não houvesse esperança, seria quase viver na fatalidade de um predestino, o que faria de cada um apenas e só marionetas de um qualquer deus.

Eu acredito em Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, e por isso acredito em Deus que é amor, e acreditando no amor de Deus, acredito na liberdade total com que Ele nos criou de decidirmos sobre as nossa vidas.

Acredito que Ele está sempre connosco, e nos dá a mão para podermos ultrapassar obstáculos e provações e tantas coisas que a vida acarreta, pelo que o meu, o nosso destino está nas nossas mãos, quando fazemos a Sua vontade, que é sempre o melhor para cada um de nós, para a humanidade.

E esta confiança que tenho em Deus e no amor de Deus, é que enche totalmente a minha esperança nessa sociedade mais justa, mais fraterna, mais em paz, enfim uma sociedade que seja verdadeiramente a família dos filhos de Deus.

Mas a esperança constrói-se no dia a dia, ou seja, precisamos de fazer a nossa parte, para que confiadamente acreditemos que a esperança se há-de concretizar.

E se há coisas que envolvem os meus gestos e decisões, outras há em que me sinto como que impotente para as resolver pelas minhas próprias mãos, (como por exemplo as guerras que grassam por todo o mundo), pelo que me resta apenas e só, (e isso é tanto!), a oração e o testemunho que possa dar de amor pelos outros.

O Papa Francisco já deu início ao Jubileu ordinário de 2025, que tem por tema "A esperança não engana", em que todos deveremos procurar ser verdadeiramente “Peregrinos da Esperança”.

Então, afinal, sempre assumo o meu compromisso para o Novo Ano, que é o de testemunhar o amor fraterno e rezar sempre cada vez mais e melhor, pelos que sofrem, os que são perseguidos, os que estão envolvidos em guerra, os injustiçados, os que nada têm material e espiritualmente, os que ainda não encontraram o Deus de amor, da vida, da alegria, da esperança, que eu, graças a Ele, vivo todos os dias na vida que Ele me deu.

Desejo a todos e às famílias de cada um, aqui e no mundo inteiro, um Novo Ano cheio das bênçãos de Deus, porque as bênçãos de Deus nos trazem tudo o que necessitamos, e enchem-nos sempre de Amor e Esperança.






Marinha Grande, 30 de Dezembro de 2024
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

UM MENINO NOS FOI DADO

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Um Menino nos foi dado e cabe a cada um de nós deixá-lO nascer nossos corações, não “apenas” para O contemplarmos, para O adorarmos, para O seguirmos, mas também para O anunciarmos, para O darmos a conhecer a outros, a todos, sobretudo com o testemunho do Seu amor em nós.

E o amor desse Menino, é sempre transformador para quem por Ele se deixa tocar.

E não é um amor para guardarmos apenas e só dentro de nós, é o amor que deve extravasar de nós, transbordar de nós, de tal modo que todos possam ver e sentir como o amor desse Menino é a verdadeira paz para a humanidade.

É o amor que nos faz ter paz durante as tribulações, é o amor que nos faz ter serenidade perante as provações, é o amor que nos faz ter aceitação perante a doença, é o amor que nos faz sorrir mesmo perante a dor, é o amor que nos faz ter sempre a mão estendida para dar o pouco ou muito que temos, é o amor que faz de nós verdadeiramente «à imagem e semelhança de Deus».

«O seu nome é João» Lc 1, 63

O seu nome é Maria, Catarina, Manuel, Joaquim …

Todos os nomes daqueles que acreditam em Jesus, têm também ali o seu nome gravado.

Não como percussores, como João Baptista, mas como anunciadores, como testemunhas, como companheiros/irmãos de viagem com Deus e para Deus.

Um Menino nos foi dado e nós tantas vezes O queremos guardar apenas dentro de nós, para nós, como que ciosos de algo que nos pertence apenas a nós.

Este Menino nasce para todos, mesmo todos, e por isso não se pode guardar nem fechar numa qualquer redoma, (mesmo que seja o nosso coração), porque Ele quer ser vida em todos, e conta com cada um de nós para anunciarmos e testemunharmos com as nossas vidas que:
«Hoje e sempre nasceu-nos um Salvador, que é o Messias Senhor.» Lc 2, 11





Marinha Grande, 23 de Dezembro de 2024
Joaquim Mexia Alves

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

PERDOA-ME SENHOR

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Perdoa-me, Senhor
a mim que sou pecador
coloca em mim o teu perdão
hoje e em cada dia
em que te abro o meu coração.

Perdoa-me, Senhor
que sou pobre e nada sou
derrama a Tua misericórdia
em quem tanto peca
e tão pouco amou.

Perdoa-me, Senhor
que sou um nada a Teus pés
enche-me do Teu amor
e faz-me ver
o Tudo que Tu és.

Perdoa-me, Senhor
de todas as minhas fraquezas
das minhas dúvidas
e certezas
daquilo que julgo ser
e afinal não sou.

Perdoa-me, Senhor
hoje nesta noite
e em cada dia.

Que eu padeça
me arrependa
mas em Ti
seja alegria.

Perdoa-me, Senhor
tão simplesmente
que o Teu perdão me preencha
a mim
e a toda a gente.






Marinha Grande, 16 de Dezembro de 2024
Joaquim Mexia Alves