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Há cerca de 50 anos, mais
coisa menos coisa, tive o enorme prazer e gosto de acompanhar o Grupo de
Forcados Amadores de Montemor o Novo, onde tive e continuo a ter grandes amigos.
Ainda fiz duas ou três incipientes
experiências, (uma delas dolorosa!), mas rapidamente cheguei à conclusão que o
meu “talento” era mais beber cervejas e acompanhar os meus amigos do que
propriamente pegar touros.
Mas nem por isso eles deixaram
de me considerar um deles, nem eu alguma vez me senti de lado, mas sim vivendo
o que eles viviam com a mesma intensidade deles.
Foram anos extraordinários que
nunca esqueço, que tiveram um só “senão” negativo, que foi ter deixado por lá o
meu curso de Medicina, por culpa minha, obviamente.
Isto vem a propósito de que
hoje, ao rever o vídeo que aqui coloco, (e que tem imagens duras), lembrei-me
deles e da lição que ao fim destes anos todos retirei para mim e partilho convosco
que me lêem.
A amizade, lealdade e
entreajuda que une aqueles/estes homens é extraordinária e está muito bem
documentada no vídeo aqui colocado, o que, para além do mais, pude constatar
inúmeras vezes com os meus próprios olhos.
E isto, (comparando os gestos,
as atitudes e assumindo as óbvias diferentes situações), chamou-me a atenção
para o ser cristão.
Até onde vamos nós cristãos na
entrega ao outro que necessita seja do que for?
Estamos dispostos a dar de nós
o quê?
O que nos sobra?
Um pouco do nosso tempo?
Apenas os nossos conselhos ou
também os nossos bens materiais e espirituais?
E até onde vamos?
Que limite atingimos?
Encaramos na ajuda aos outros
o risco da nossa vida, seja em termos sociais, seja mesmo em termos físicos?
Estarei a ser radical demais?
Mas não foi isso que Jesus
Cristo fez por nós e nos chamou e chama a fazer pelos outros?
Agradeço hoje de coração aos
meus amigos Forcados de Montemor o Novo e não só, esta lição que ao fim de 50
anos retirei do meu convívio com eles, da minha vida com eles que, graças a
Deus, recordamos sempre num almoço anual.
«É este o meu mandamento: que
vos ameis uns aos outros como Eu vos amei. Ninguém tem mais amor do que quem dá
a vida pelos seus amigos.» Jo 15, 12-13
Marinha Grande, 25 de
Fevereiro de 2019
Joaquim Mexia Alves
NOTA IMPORTANTE: Este texto é
sobre o ser cristão, não é sobre touradas nem o seu mérito ou demérito. Respeito
os que gostam de touradas como eu e respeito os que não gostam.
Como tal peço o favor de ninguém transformar este texto numa “guerra” entre apoiantes e não apoiantes da tauromaquia, porque, apesar de toda a consideração e respeito por todos, apagarei de imediato esses comentários, contra ou a favor.
Como tal peço o favor de ninguém transformar este texto numa “guerra” entre apoiantes e não apoiantes da tauromaquia, porque, apesar de toda a consideração e respeito por todos, apagarei de imediato esses comentários, contra ou a favor.
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