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Nasce
assim, de repente, uma vontade de escrever palavras e mais palavras, sobre Ti,
sobre o Teu amor, sobre o que experimento e vivo, porque Te sinto comigo,
porque Te sei connosco.
E
nada tenho para escrever, nem uma ideia, nem um sentimento, nem uma oração, mas
apenas e tão só desejo de escrever, desejo de Te escrever.
E
lanço palavras à folha branca que se dá a conhecer aos meus olhos, e deixo que
as palavras saiam, quase se escrevam por elas próprias.
Sabes,
Senhor, é quase um sentir que Tu escreves por mim aquilo que Te hei-de
escrever!
E
então apetece-me ter palavras, maiores do que a minha vida, porque para te
dizer sim, é preciso muito mais, do que esta vida em mim.
Sim,
Senhor, se esta vida pequena que tenho e usufruo, não for cheia do amor que vem
de Ti e em mim mora, como poderia eu sequer, ousar escrever o Teu Nome, ou
levantar os olhos, para Te olhar nas palavras que vais escrevendo em mim.
Amo-Te?
É
tão pouco, são tão curtas as palavras, e ainda por cima repetimo-las tantas
vezes, e às vezes tão rotineiramente!
Adoro-Te?
Mas
será que Te adoro verdadeiramente, «em espírito e verdade», ou são apenas
palavras que me saem da boca, do pensamento, mas não estão enraizadas no
coração?
E
o que é adorar-Te?
É
reconhecer-te Senhor da minha vida, Senhor de tudo, Senhor do amor, da paz e da
verdade?
É
prostrar-me de cara no chão, não com medo ou vergonha, mas reconhecendo-me nada
para Te poder olhar?
É
dizer-Te que sou Teu, e apenas Teu, e será isso verdade em mim?
Vês,
Senhor, eu escrevo porque Tu me fazes escrever, mas são tantas as dúvidas do
que o que escrevo seja verdade!
Não,
Senhor, não tenho dúvidas que estás comigo, que estás connosco e entre nós, que
és o nosso Deus e Senhor!
Não,
Senhor, essas dúvidas não tenho!
As
minhas dúvidas, Senhor, são a minha resposta ao Teu amor, a minha entrega à Tua
entrega, o dar a minha vida à Tua vida!
São
essas as minhas dúvidas!
Mas
Tu és a misericórdia, és o perdão, és o tudo do meu nada, não é verdade, Senhor?
Conheces
as minhas dúvidas, porque conheces as minhas limitações, porque sabes das
minhas fraquezas.
Então,
Senhor, posso descansar no Teu amor, porque Te sei junto a mim, sorrindo,
olhando-me como a uma criança que quer muito agradar, mas ainda não sabe como.
E
dizes-me muito baixinho, repassado de ternura: Pára agora de escrever, descansa
agora as palavras, e ama, apenas ama, assim de coração aberto, onde Me vais encontrar.
Obrigado,
Senhor!
Monte
Real, 26 de Junho de 2012
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6 comentários:
António Mexia Alves disse...
Caro Joaquim:
Assim... é que se escreve, com o coração na ponta dos dedos porque não cabe no peito!
Assim... é que se deveria, sempre escrever, com a alma aberta de par em par na necessidade de extravasar o que nela não cabe!
Assim... é que eu gostaria de escrever!
Um enorme abraço
António
Tu escreves assim!
Eu sei!
Obrigado!
Um abraço amigo em Cristo
Olá amigo Joaquim,
Perante o que acabei de ler agradeço ao Senhor dar-me o privilégio de me colocar em contacto com os Seus escolhidos.
Muito obrigada, Joaquim!
Abraço fraterno.
Ailime
Amiga Ailime
Muito obrigado!
Louvado seja Deus, sempre e por tudo!
Um abraço amigo em Cristo
Palavras escritas, palavras sentidas, palavras de esperança, mas sobretudo palavras a Deus
É verdade, Paulo, assim o desejo!
Obrigado!
Um abraço amigo em Cristo
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