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Quando um católico assumido,
chamado inúmeras vezes pela Igreja a dar testemunho da "sua" fé, tem uma frase
destas sobre um assunto que vai contra a Doutrina da Igreja, que vai contra a
Fé vivida em Jesus Cristo, apenas posso pensar noutra frase, que ele poderia
proferir: “Obviamente a Fé e a Doutrina que afirmo professar são muito menos do
que a política que quero viver.”
Claro que há inúmeros
argumentos para que ele proceda deste modo, até o velho “argumento bíblico”, já
“estafado” e sempre mal-entendido, do «dar a César o que é de César…»
Claro, também, que a renuncia
a assinar tal diploma, implicaria provavelmente um pedido de demissão do cargo
de Presidente da República, mas o que é isso perante a coerência da vivência da
Fé, sobretudo, porque tendo sido chamado tantas vezes a dar testemunho da fé
que afirma viver, teria agora oportunidade de afirmar, bem alto, que para ele
Deus está primeiro, e só depois a vontade dos homens.
Com muito mais razão, se assim
quisermos dizer, Asia Bibi poderia dizer as mentiras necessárias para a sua
libertação, visto que está em perigo a sua vida, (e não uma carreira política),
e a exigência da sua condição de mãe.
Já sei que não se podem
comparar as situações, etc., etc., mas a verdade é que há uns que perante o
risco da própria vida e até da vida dos seus, afirmam a sua fé e a sua obediência
de amor à Doutrina, enquanto outros se resguardam em argumentos “inteligentes”,
para nos momentos difíceis, esquecerem o primeiro Mandamento - «Amar a Deus
acima de todas as coisas» - e colocarem de lado a Doutrina que afirmam
professar.
Por isso a Igreja recorda os
mártires da Fé, que tudo arrostaram para colocar Deus em primeiro lugar, como
ainda hoje em dia podemos ver e ouvir em tantas regiões deste mundo sem paz,
deste mundo que se quer afastar de Deus.
Sim, sim, é utópico o texto, é
utópica a atitude pretendida!
É sempre utópica, quando
interfere nas nossas comodidades, quando interfere nas nossas vontades.
Marinha Grande, 22 de Julho de
2016
Joaquim Mexia Alves
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2 comentários:
Querido Joaquim:
Infelizmente vivemos cada vez mais tempos em que «dizem mas não fazem, aconselham mas não praticam»!
Houve um Rei que numa situação semelhante optou por não promulgar a lei que lhe era proposta e resignar ao seu cargo. Foi o caos, a surpresa, a controvérsia mais acesa mas, o que acabou por acontecer foi que a lei foi retirada e o Rei instado a desistir da sua intenção de resignar.
Ah!, mas dizes-me: Balduino era um Santo!
Não digo mais nada...
Um abraço
Nem mais António.
Um abraço
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