terça-feira, 10 de dezembro de 2013

O PADRE LAPA, A PNEUMAVITA E EU (4)

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Um episódio que ficou marcado para sempre na minha vida, e que de alguma forma mudou a minha intervenção em Igreja, passou-se numa Assembleia da Pneumavita em Fátima, logo num dos primeiros anos em que participei nessas assembleias.
 
Se bem me lembro, ao princípio da tarde de Sábado, quando regressei ao anfiteatro Paulo VI depois de uma curta saída, a Catarina, minha mulher, disse-me que o Padre Lapa tinha pedido para eu ir ao palco falar com ele.
Fiquei em ânsias como é de calcular, e lá desci as escadas do anfiteatro para me encontrar com ele. Levou-me para detrás do palco e disse-me com toda a simplicidade, (como se eu fosse pessoa habituada a tal situação), que queria muito que eu desse um testemunho sobre a mudança da minha vida, um testemunho da minha conversão.
 
Confesso que pensei mais uma vez, (como antigamente), que ele tinha “ensandecido”!!!
Eu, que sempre tinha detestado falar em público, falar de mim para 2.500 pessoas!!! Nem pensar!
Por isso mesmo, muito me admirei ao ouvir-me dizer que sim senhor, que daria o tal testemunho. E a “coisa” não era para depois, era para ser feita passados apenas uns escassos minutos!
Pedi então que rezassem por mim, e o Padre Antonio Fernandes, veio, impôs-me as mãos e rezou por mim. Com muita calma disse-me para eu confiar, que o Espírito Santo havia de falar em mim e tudo correria bem.
Abriu então a Bíblia, e, depois de ler para si, deu-me a ler a seguinte passagem:
 
«Por isso recomendo-te que reacendas o dom de Deus que se encontra em ti, pela imposição das minhas mãos, pois Deus não nos concedeu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e de bom senso.
Portanto, não te envergonhes de dar testemunho de Nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas compartilha o meu sofrimento pelo Evangelho, apoiado na força de Deus.» 2 Tm 1, 6-8
 
Olhou para mim, olhos nos olhos, e perguntou-me se precisava de mais alguma coisa, afirmando que ali estava a confirmação de tudo o que precisava saber e confiar.
Depois…, depois fui à estante que estava no palco, levantei a cabeça, olhei, e vi 2.500 pares de olhos fixos em mim!
As pernas tremeram, o suor escorreu-me pelas costas, a boca abriu-se, e eu falei… falei do que me ia no coração! Ainda hoje, de quando em vez, me falam desse testemunho.
A verdade é que a partir daí o medo de falar em público se foi afastando, vindo para o “seu lugar” um tremendo sentimento de responsabilidade, sempre que sou chamado a falar d’Ele aos outros.
 
Tantas coisas que o Padre Lapa me levou a reflectir, a meditar, a corrigir, a fazer, a caminhar!
Tantas provas de amizade profunda, de interesse desinteressado, de satisfação por ver o caminho da minha vida.
 
Sim, Deus fez o milagre na minha vida de O encontrar, de viver o Seu amor, de perceber que a vida só tem sentido com Ele, por Ele e para Ele, mas para isso serviu-se de muitas pessoas, das quais é forçoso destacar o Padre José da Lapa e as irmãs e irmãos da Comunidade Pneumavita, com quem hoje e sempre me sinto em família, me sinto acolhido, me sinto amado, me sinto Igreja.
 
Fica tanto por dizer, tanto por contar, tanto por testemunhar, mas, se Deus quiser e para tal me inspirar, hei-de escrever talvez um livro, para narrar o que Deus fez em mim, servindo-se de tantas e tantos filhas e filhos de Deus, dos quais, sem dúvida, o Padre Lapa é figura primeira na história da minha conversão.
 
«Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.» Mt 5, 16
Obrigado Padre Lapa!
Obrigado Pneumavita!
 
 
Marinha Grande, 10 de Dezembro de 2013
Joaquim Mexia Alves
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