.
.
No Sábado passado, fui ao Porto, participar na Assembleia Diocesana do Renovamento Carismático Católico, em que o pregador convidado era o Padre Raniero Cantalamessa, Pregador da Casa Pontifícia desde 1980, salvo o erro.
Homem sereno, percebendo-se mesmo sem um contacto directo uma simpatia e alegria tocantes, fala com profundidade, mas com uma simplicidade e humildade desconcertantes.
Nos intervalos “passeou” no meio das pessoas e com todas as que se lhe dirigiram falou sem constrangimentos.
Muito retive e todos retivemos do que nos ensinou, mas queria aqui neste escrito salientar uma “imagem” que apesar de já a ter ouvido, me tocou profundamente.
A imagem é esta:
O rio Jordão alimenta dois mares, o Mar de Tiberíades e o Mar Morto.
O primeiro cheio de vida, o segundo sem vida nenhuma.
No primeiro, o rio Jordão entra, alimenta o mar e sai novamente.
No segundo, o rio Jordão entra e fica, já não sai para lado nenhum.
Este é um ensinamento de vida, que nos serve sem dúvida para tudo o que devemos fazer da vida de cada um.
Se nos fechamos em nós próprios, no egoísmo, na avareza, no auto-prazer, no auto-elogio, na auto-comiseração, na pena de nós próprios, ficamos mortos e a nossa vida para nada serve, nem mesmo para nós.
Se pelo contrário, nos damos, nos entregamos, se partilhamos de nós e o nosso, a nossa vida torna-se fonte de alegria, de felicidade para os outros e para nós.
E se isto é verdade na nossa vida em sociedade, ainda se torna mais verdadeiro na nossa vida como filhos de Deus, que o devemos ser também em sociedade, claro.
Com efeito se a nossa vivência da Fé, (Dom de Deus), é partilhada, testemunhada, torna-se chamamento, exortação e ensinamento para os outros, dos quais recebemos também a mesma prática de vida.
Se pelo contrário nos fechamos e guardamos a sete chaves o tesouro da Fé, acabamos por estiolar, nada aprender, e perder a própria Fé que nos foi dada.
A vida e a fé são dons de Deus, talentos que Ele nos dá para serem colocados a render.
Se assim não for, nada rendem, perdem o valor e acabam por morrer. São o Mar Morto!
«Ninguém acende uma candeia para a cobrir com um vaso ou para a esconder debaixo da cama; mas coloca-a no candelabro, para que vejam a luz aqueles que entram. Porque não há coisa oculta que não venha a manifestar-se, nem escondida que não se saiba e venha à luz.
Vede, pois, como ouvis, porque àquele que tiver, ser-lhe-á dado; mas àquele que não tiver, ser-lhe-á tirado mesmo o que julga possuir.» Lc 8, 16-18 (Lc 19,26; Mt 25,29; Mc 4,25)
Por isso a Igreja, por isso sermos Igreja!
É em comunhão que devemos caminhar, à Luz de Cristo, dando-nos a todos e de todos recebendo, (os que estão em Igreja e os que estão fora), porque a salvação, (dádiva de Deus), não se alcança sozinho, mas sim na união fraterna em comunhão com Cristo.
Sejamos os Cireneus uns dos outros na procura e entrega a Jesus Cristo, (os que O conhecem e os que ainda d’ Ele não ouviram falar), porque só assim seremos Igreja e então, assim sendo, será novamente verdade o que se afirmava das primeiras comunidades cristãs.
«Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um.
Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.» Act 2, 42-47
Monte Real, 23 de Abril de 2010
Homem sereno, percebendo-se mesmo sem um contacto directo uma simpatia e alegria tocantes, fala com profundidade, mas com uma simplicidade e humildade desconcertantes.
Nos intervalos “passeou” no meio das pessoas e com todas as que se lhe dirigiram falou sem constrangimentos.
Muito retive e todos retivemos do que nos ensinou, mas queria aqui neste escrito salientar uma “imagem” que apesar de já a ter ouvido, me tocou profundamente.
A imagem é esta:
O rio Jordão alimenta dois mares, o Mar de Tiberíades e o Mar Morto.
O primeiro cheio de vida, o segundo sem vida nenhuma.
No primeiro, o rio Jordão entra, alimenta o mar e sai novamente.
No segundo, o rio Jordão entra e fica, já não sai para lado nenhum.
Este é um ensinamento de vida, que nos serve sem dúvida para tudo o que devemos fazer da vida de cada um.
Se nos fechamos em nós próprios, no egoísmo, na avareza, no auto-prazer, no auto-elogio, na auto-comiseração, na pena de nós próprios, ficamos mortos e a nossa vida para nada serve, nem mesmo para nós.
Se pelo contrário, nos damos, nos entregamos, se partilhamos de nós e o nosso, a nossa vida torna-se fonte de alegria, de felicidade para os outros e para nós.
E se isto é verdade na nossa vida em sociedade, ainda se torna mais verdadeiro na nossa vida como filhos de Deus, que o devemos ser também em sociedade, claro.
Com efeito se a nossa vivência da Fé, (Dom de Deus), é partilhada, testemunhada, torna-se chamamento, exortação e ensinamento para os outros, dos quais recebemos também a mesma prática de vida.
Se pelo contrário nos fechamos e guardamos a sete chaves o tesouro da Fé, acabamos por estiolar, nada aprender, e perder a própria Fé que nos foi dada.
A vida e a fé são dons de Deus, talentos que Ele nos dá para serem colocados a render.
Se assim não for, nada rendem, perdem o valor e acabam por morrer. São o Mar Morto!
«Ninguém acende uma candeia para a cobrir com um vaso ou para a esconder debaixo da cama; mas coloca-a no candelabro, para que vejam a luz aqueles que entram. Porque não há coisa oculta que não venha a manifestar-se, nem escondida que não se saiba e venha à luz.
Vede, pois, como ouvis, porque àquele que tiver, ser-lhe-á dado; mas àquele que não tiver, ser-lhe-á tirado mesmo o que julga possuir.» Lc 8, 16-18 (Lc 19,26; Mt 25,29; Mc 4,25)
Por isso a Igreja, por isso sermos Igreja!
É em comunhão que devemos caminhar, à Luz de Cristo, dando-nos a todos e de todos recebendo, (os que estão em Igreja e os que estão fora), porque a salvação, (dádiva de Deus), não se alcança sozinho, mas sim na união fraterna em comunhão com Cristo.
Sejamos os Cireneus uns dos outros na procura e entrega a Jesus Cristo, (os que O conhecem e os que ainda d’ Ele não ouviram falar), porque só assim seremos Igreja e então, assim sendo, será novamente verdade o que se afirmava das primeiras comunidades cristãs.
«Eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fracção do pão e às orações. Perante os inumeráveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos, o temor dominava todos os espíritos. Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum. Vendiam terras e outros bens e distribuíam o dinheiro por todos, de acordo com as necessidades de cada um.
Como se tivessem uma só alma, frequentavam diariamente o templo, partiam o pão em suas casas e tomavam o alimento com alegria e simplicidade de coração. Louvavam a Deus e tinham a simpatia de todo o povo. E o Senhor aumentava, todos os dias, o número dos que tinham entrado no caminho da salvação.» Act 2, 42-47
Monte Real, 23 de Abril de 2010
.
.
10 comentários:
Amigo Joaquim... ouvi o mesmo!
Fiz a escolha que já partilhei contigo.
A Paz de Cristo
Curioso ou nem por isso as "coincidências" com que me deparo...Hoje mesmo numa conversa a três falámos entre outras coisas em como somos todos como Cireneu, carregando a cruz uns dos outros e nos benefícios desse mesmo acto, em que muitas vezes se torna doloroso e pesado mas que, se Deus nos dá é porque nós aguentamos o peso e amanhã haverá um Cireneu carregando a nossa cruz também.
Obrigado Joaquim por mais uma partilha/ensinamento.
Abraço em Cristo
Amigo Joaquim!
Li muitas vezes, aqui na net, a pregação do Pe.Catalamessa e gostava imenso.
Há um pps, que faz a comparação entre o Mar de Tiberíades e o mar Morto.
O teu post ficou excelente,porque aprofundas e dás sentido a essa comparação.
Um abraço na Paz
Obrigado amiga Canela.
Eu vi e li.
Um abraço amigo em Cristo
Amiga Dulce
Acho que já contei isto várias vezes.
Um dia numa Assembleia do RCC em Fátima o Padre Dario Bettencourt dizia que para nós cristãos não há coincidências, há "Deuscidências".
Um abraço amigo em Cristo
Obrigado amiga Concha.
De tudo retirar ensinamentos para a vida.
Um abraço amigo em Cristo
Gostei da imagem dos dois mares e o que cada um faz. Ainda que com razões mais cientificas do que teologicas, nada nos diz que em tempos idos a teologia não moldou os 2 mares.
Obrigado Paulo.
Os acminhos de Deus são misteriosos, mas servem sempre para nos mostrar o melhor e único caminho.
Um abraço amigo em Cristo
Seria um sonho seria, sonho tornado realidade se não houvesse tanta má-vontade e, também, muita timidez da nossa parte. Enfim, dias virão...
Abraço!
Meu caro amigo Delfim
Podemos sempre sonhar e sobretudo rezar para que o sonho se torne realidade.
Obrigado!
Um abraço amigo em Cristo
Enviar um comentário