sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 4

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Sábado, 31 de Maio de 2003

Obrigado Senhor, pela catequese de hoje, pelas palavras que colocaste na minha boca e pelo modo atento e participativo que os catequizandos tiveram durante aquele tempo.
Que por Tua graça, Senhor, tudo toque o seu intimo, o seu coração e os faça seguir um caminho de pureza e castidade para Ti, Senhor.

É tão difícil, Senhor, a minha cabeça e se calhar até o meu coração, não param de fazer juízos, críticas e até condenações aos outros, sobretudo estes que estão envolvidos neste terrível caso de pedofilia. E o pior, Senhor, é quando a minha boca transmite tudo o que vai passando na minha cabeça e no meu coração.

Quem sou eu, Senhor, para julgar os outros? Quem sou eu, Senhor, para criticar os outros? Quem sou eu, Senhor, para condenar os outros?

Misericórdia, Senhor, por tudo o que penso e digo dos outros.
Não olhes, a esta minha fraqueza, mas ao desejo que tenho de não ser assim, de não julgar, mas acolher e estar calado, não só na boca, mas também no coração e na cabeça.
Não quero ser assim, Senhor, não quero pensar, nem falar dos outros, mas sim rezar por eles, pedir por eles e ver neles a Tua Face.

Se eu fui perdoado, e acredito Senhor, que me perdoaste da minha vida passada, também eles se forem culpados podem ser perdoados pela Tua misericórdia.
Senhor é tão difícil, porque mal dou conta, já estou a pensar, a julgar, a criticar, a falar.

Ajuda-me, Senhor, mostra-me como fazer, mostra-me como dominar todos estes sentimentos, não para meu orgulho, mas para ser Tua imagem, Senhor, para ser como me criaste.

Senhor, quero comprometer-me hoje, aqui, perante Ti, a emendar estas minhas atitudes, a não pensar mal dos outros, a não julgar, a não criticar, a não falar mal dos outros.
Mas para isso, Senhor, preciso de Ti. Preciso que me lembres sempre, antes de pensar, de julgar, de falar. “Fecha” o meu pensamento, a minha boca, para que não peque.
Sozinho não sou capaz, envia Senhor o Teu Espírito Santo que tome conta de mim e me mostre como fazer, me lave e purifique o pensamento e a boca.

Dizias hoje, Senhor, na Tua Palavra: «
Nesse dia, apresentareis em meu nome os vossos pedidos ao Pai, e não vos digo que rogarei por vós ao Pai, pois é o próprio Pai que vos ama, porque vós já me tendes amor e já credes que Eu saí de Deus.» Jo 16,26-27

“Senhor Jesus, eu amo-Te e acredito firmemente que és o Filho de Deus, por isso em Teu nome, na força do Espírito Santo, peço-Te Pai, retira de mim esta fraqueza de julgar, criticar e falar mal dos outros, porque quero ser segundo a Tua vontade, irmão que ama os seus irmãos”

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 3

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Quinta feira, 29 de Maio de 2003

“Pai, se quiseres podes resolver este assunto da empresa, (ver aqui), como é meu desejo, contudo que não se faça a minha mas a Tua vontade”.

Pai, devo pedir-Te que tudo se resolva como eu quero e desejo, ou devo abandonar-me nos Teus braços e esperar que respondas segundo a Tua vontade?
Sim Pai, eu sei que devo fazer a minha parte, continuando a trabalhar, mas queres-me ouvir a pedir, ou queres que viva a esperar?
Pai, queres que seja insistente como a “viúva importuna”, ou que espere porque “Tu sabes do que eu necessito”?
Pai, apesar de tudo prefiro o dom de me entregar a Ti, à Tua divina providência, pois entregue a Ti, o mundo não me pode incomodar. As inquietações, provações, contrariedades não me abalarão se me deres a graça de eu saber que vivo contigo e estando contigo, o que é que me pode incomodar?

Obrigado Senhor pelo que hoje me mostraste naquele livro:
A imagem só é imagem porque torna visível o invisível e só é imagem porque reflecte o que representa, ou seja, é obediente ao que representa.
Por isso, só posso, só podemos verdadeiramente ser à «Tua imagem e semelhança», se Te imitarmos, se Te formos obedientes no amor.

Preciso de Ti, Senhor Espírito Santo, porque nada sou, porque sou fraco, porque me deixo incomodar pelo mundo.
Ouve a minha súplica, Pai, e concede-me a graça do Espírito Santo, que me guie, que me anime, que me faça viver a Tua vontade no amor de Jesus Cristo.

Ofereço-Te, Senhor, estes sacrifícios em desagravo das minhas ofensas e dos outros, a Ti, meu Senhor e meu Deus, ao Sagrado Coração de Jesus, ao Imaculado Coração de Maria.
Pela conversão dos pecadores, principalmente o … que não é baptizado. Pelos meus catequizandos. Por todos aqueles que estando envolvidos neste assunto da empresa, não estão do “meu lado”, ou seja, de quem eu não gosto tanto no meu coração e não Te conhecem, nem Te amam, Senhor.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
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domingo, 22 de fevereiro de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 2

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Segunda feira, 26 de Maio de 2003

Obrigado Senhor, pela “humilhação” de ontem.
Eu que me “julgo” imprescindível, fui “substituído”, não por vontade minha, mas porque assim o fizeste por intermédio de alguém.
É certo que na minha cabeça me irritei, pensei mal, critiquei, invectivei, mas deste-me força Senhor para me calar.
Obrigado Senhor, que seja caminho de santidade, para vencer o meu orgulho e vaidade.

Obrigado Senhor pela noite de adoração de hoje, porque Te quiseste servir de mim, para tocares aqueles irmãos. Obrigado Senhor por não me ter apercebido de nada, a não ser no fim, quando vieram falar comigo. Assim talvez não me tenho orgulhado tanto.

Até quando, Senhor, continuarei a pensar que sou eu que sou “bom”, que sou eu “que faço as coisas”?
Até quando, Senhor? Permite Senhor, que no meu coração seja uma certeza que tudo me vem de Ti, que eu nada faço, mas sim que Tu fazes em mim.
Aliás não percebo, nem quero perceber, porque Te serves de mim, orgulhoso e vaidoso como sou, para levares a Tua Palavra a alguém.

Gostava tanto, Senhor, de poder dizer com sinceridade de coração, como disse João Baptista: «É preciso que eu diminua para que Tu cresças».

Que nesta semana, até dia 2, (e daí para a frente), eu não fale de mim ou das coisas que “fiz”, que não procure “elogios”, nem satisfações, mas apenas Te agradeça tudo o que quiseres fazer em mim.

Misericórdia Senhor, sou pecador.
Lembra-me Senhor que a minha memória é fraca.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 1

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Terça feira, 20 de Maio de 2003

Leio sobre e penso em Santa Rita de Cássia.
Santo Agostinho: «Toda a religião consiste em imitar aquele que se honra» - Cidade de Deus (8,17.2) - «Honrar e não imitar, não passa de adulação mentirosa» (Sermão 325,1)

Que devoção é esta que quero ter? É apenas para receber “graças” ou é para conhecer verdadeiramente a vida e a mensagem de Deus, através de Santa Rita e para assim imitar um caminho de fé, obediência e perseverança?

Santa Rita, por exemplo, perseverou e esperou tanto quanto necessário para entrar no Convento e realizar o seu desejo, segundo reza a história.
E eu também persevero e sei esperar?

Se quero ser devoto de Santa Rita de Cássia tenho de aprender com ela a servir a Deus e imitá-la nas suas virtudes.
E duas delas, que me são mais difíceis, são a perseverança e a paciência.

Assim hoje quero comprometer-me perante Deus, a todos os dias de manhã e se possível como primeira oração da manhã, dizer: “ Jesus, ensina-me a rezar”.
Assim o Espírito Santo mo recorde todas as manhãs, até que Ele mesmo coloque no meu coração o fim desta prática de perseverança.

Quero comprometer-me também perante Deus a viver a virtude da paciência, sobretudo com os meus filhos, a não “gritar”, nem ser “agressivo”, mas a saber aceitar as suas brincadeiras e com amor e carinho corrigir os excessos e aquilo que estiver mal, assim me ajude o Espírito Santo nestes compromissos que agora quero aceitar.

Durante esta semana, até Quarta feira 28, rezar o terço de joelhos pela conversão dos pecadores.

Santa Rita de Cássia, rogai por nós.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
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Inicio assim a transcrição o mais fiel possível de alguns escritos que naquele tempo praticamente todas as noites, escrevia como reflexão.
Não o faço com outro intuito que não seja dar a conhecer um caminho de conversão que poderá ajudar alguém a caminhar a sua própria conversão.
Não teve um programa preestabelecido, mas foi uma necessidade que senti diariamente de escrever para melhor me confrontar com a minha vida e com aquilo que Deus ia colocando no meu coração.
São de um modo geral coisas muito simples que todos conhecem, mas que às vezes esquecemos, complicando o que é simples.
«Em verdade vos digo: Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu.» Mt 18,3
«Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como um pequenino, não entrará nele.» Lc 18,17
Coloco estes escritos nas mãos de Deus para que servindo-O possam servir aquelas e aqueles que os lerem.
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DESAFIO

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O meu amigo Alma Peregrina deixou-me no seu espaço Crónicas de uma Peregrinação este desafio:


1. Pegar no livro mais próximo
2. Abri-lo na página 161
3. Procurar a 5ª frase completa
4. Copiar a frase
5. Não escolher a melhor frase nem o melhor livro (usar o mais próximo)
6. Passar o desafio a cinco pessoas

Por norma agradeço, agradeço mesmo do fundo do coração lembrarem-se de mim, mas não costumo responder neste espaço a estes desafios.
Hoje faço-o aproveitando esta oportunidade como agradecimento a todos os que já me fizeram desafios semelhantes.
Não será bem um livro, mas o que tenho mais perto de mim é a Liturgia das Horas e portanto:

«Nos palácios de marfim alegram-te os sons da lira. Entre as damas da tua corte há filhas de reis, à tua direita está a rainha ornada com ouro de Ofir.» Sl 44

Aproveito ainda para agradecer, (costumo fazê-lo nas caixas de comentários), todos os prémios e selos que me vão oferecendo, e eu vou colocando na barra lateral com menção dos ofertantes, e que para mim representam sempre um estímulo e uma tocante prova de amizade.
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Bem hajam todos e cada um.
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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

A CONVERSÃO

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Reparei quando estive naquele programa de televisão agora no dia 9 deste mês, que me foi perguntado, (como inicio de conversa), em relação à minha conversão, se eu tinha visto uma luz ou qualquer outra coisa desse tipo.
A verdade é que muita gente pensa que uma conversão se dá porque a pessoa viu uma luz, ou qualquer coisa assim para o sobrenatural.
Deve estar na nossa imaginação a descrição da conversão de Saulo/Paulo e então julgamos que acontece assim, com uma visão de luz e num momento muito específico.
Mas a verdade é que Deus não anda por aí a “cegar” as pessoas com luzes vindas do “além”, nem a conversão é um momento específico marcado no tempo.
A conversão não vem de fora para dentro, mas acontece sim de dentro para fora.
A conversão tem sim algo de transcendente e que é a resposta de Deus à procura do homem.
E essa resposta de Deus é o dom da Fé a que o homem em conversão responde, aceitando, reconhecendo e vivendo a Fé como uma constante da sua vida, e assim acredita, entrega-se, confia e espera no Deus que vem ao seu encontro para o salvar, confirmando no viver do homem a liberdade em que o criou.
E a conversão não é um momento, mas sim uma vida, um dia a dia, um caminhar, um andar para a frente e às vezes para trás.
A conversão é uma abertura à presença de Deus na nossa vida e à disponibilidade para a mudança que Essa presença implica em nós, no nosso proceder, nas nossas prioridades, no nosso viver do dia a dia.
A conversão não é a mudança daquilo que nós somos como seres humanos, das características especificas de cada um, do feitio de cada um, porque se assim fosse seriamos todos iguais e Deus criou-nos todos diferentes, apenas iguais na dignidade de todos sermos Seus filhos.
A conversão leva-nos a potenciar os talentos que Deus nos deu e a tentarmos controlar as nossas fraquezas os nossos defeitos.
A conversão leva-nos a olhar para os outros como parte importante da nossa vida e a percebermos que sem eles não tem sentido, nem podemos caminhar o caminho da salvação.
A conversão leva-nos a perceber que não podemos sequer dizer que amamos a Deus, se vivemos apenas para nós ou para aqueles de quem gostamos.
A conversão leva-nos também a gostarmos de nós próprios como nós somos, assumindo sem medo os nossos defeitos e as nossas qualidades.
Deus ama-nos como nós somos e não como nós pensamos que Ele gostava que nós fossemos.
Deus ama-nos na nossa vontade de querermos fazer a Sua vontade e a Sua vontade é que «tenhamos vida e a tenhamos em abundância.»
A conversão não nos leva a sermos “santinhos”, mas a procurarmos a santidade no amor e na caridade.
A conversão tem de fazer de nós discípulos de Cristo, testemunhas da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo, em todos os momentos da nossa vida, na dor e no bem-estar, na tristeza e na alegria.
A conversão leva-nos a viver a alegria da pertença a Jesus Cristo, que nos veio trazer a «alegria completa», e que não se exprime na gargalhada fácil, mas na paz, na tranquilidade, na serenidade interior, que se exprime exteriormente pela expressão da aceitação das provações, e dos bons momentos, pelo constante louvor e agradecimento por tudo quanto acontece na nossa vida, na certeza de que em tudo Deus está connosco e em tudo Ele nos conduz no caminho certo, mesmo que muitas vezes não percebamos o porquê das coisas.
A conversão é algo que não conseguimos transmitir totalmente por palavras, mas que devemos transmitir com a nossa própria vida, deixando que Deus se sirva de nós para tocar os corações, as vidas, daqueles que ainda não O encontraram, que ainda não O reconheceram.

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A conversão da minha vida teve e continuará a ter diversas fases.
Quando em 2003, como já testemunhei aqui, a vida se abateu sobre mim, esse facto levou-me a uma fase de grande interioridade, de grande procura, de grande descoberta da aceitação da vontade de Deus na minha vida, na certeza de que em tudo, até mesmo no mal, Deus consegue retirar o bem.
Vivi dias de intensa oração, muito mais de louvor e entrega, do que de súplica ou petição, tentando perceber na provação a presença de Deus na minha vida.
Praticamente todas as noites escrevia o que me ia no pensamento, no coração, e abrindo a Bíblia deixava que a Palavra me dissesse, não o que eu queria ouvir, mas o que precisava perceber e viver.
É desse tempo que vou passar para aqui, para este espaço, alguns desses escritos.
São escritos simples, de alguém que dialoga com Deus, que O procura, que O quer encontrar, e não pretendem ser exegese bíblica, e muito menos reflexões teológicas ou profundas da Doutrina, mas sim de uma simples vivência da Fé.
São reflexões pessoais, de abertura à presença de Deus na minha vida, reflexões do dia a dia e das coisas que nos dias vão acontecendo, por isso mesmo onde houver nomes, os mesmo serão omitidos.
Serão apenas alguns escritos escolhidos de todos os desse tempo, e faço-o agora para testemunhar um pouco em resposta àquilo que me foi perguntado, (e tantas vezes a cada um de nós), e escrevo no inicio deste texto, ou seja, se na nossa conversão vimos uma luz ou qualquer outra coisa desse tipo “visionário transcendental”.
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sábado, 7 de fevereiro de 2009

TU ÉS A MINHA ALEGRIA, SENHOR!

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Cantarei ao Senhor enquanto viver,
louvarei o meu Deus enquanto existir,
n’Ele encontro a minha alegria,
n’Ele encontro a minha alegria.



Agora mesmo,
Senhor,
ali na Eucaristia,
com os catequizandos,
cantámos-Te assim
na acção de graças.
E eu senti,
Senhor,
eu senti,
essa alegria,
a minha alegria,
que me vem de Ti.
Podem vir Senhor,
as tempestades e os ventos,
os trovões e os relâmpagos,
as intempéries e as calmarias,
que eu continuarei
a encontrar a minha alegria
enquanto viver contigo,
Senhor.
Tudo pode acontecer,
seja tudo aquilo que for,
que eu continuarei a louvar-Te
Senhor,
em todos os momentos

do meu existir.
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

SENHOR, TU PODES TUDO!

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Senhor,
Tu sabes que eu nada posso fazer
a não ser rezar
dar a mão,
disponibilizar o meu ombro.
E rezo, Senhor,
rezo muito,
por ela,
por aquela irmã.
Ofereço-te Senhor,
o tudo que Tu me dás,
pela sua vida.
Tu podes tudo,
Senhor,
e eu confio em Ti.
Entrego-ta,
entrego-a ao Teu imenso amor,
e creio,
e confio,
e espero,
na Tua misericórdia.
E dou-Te graças,
Senhor,
porque atendes
os teus filhos,
os que de Ti se aproximam.
Que seja feita Senhor,
a Tua vontade.
Amen.

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