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Há dias atrás, tive que me deslocar a Lisboa, mais propriamente à igreja de São Jorge de Arroios.
Havia uma celebração da Eucaristia em queria estar presente, para além de outras razões que não cabe aqui explicar.
Quando entrámos na igreja, fomos agradavelmente surpreendidos com a adoração ao Santíssimo Sacramento, num altar lateral.
Ficámos ali algum tempo até à celebração da Eucaristia, e novamente fui surpreendido porque, finda a celebração, imediatamente foi feita a exposição do Santíssimo, dando continuidade à adoração.
Pelo que me disseram esta adoração acontece todos os dias, durante todo o dia, e só não consegui perceber se também o será durante a noite, constituindo assim a prática da Adoração Perpétua.
Ultimamente tenho lido bastante sobre a Adoração Perpétua, (até por causa das duas horas semanais, segunda e quinta feira, que fazemos na nossa paróquia da Marinha Grande), mormente num livro que adquiri à AIS – Ajuda à Igreja que Sofre, cujo título é – A adoração eucarística perpétua porta para o Céu - e que no fundo narra as diversas vivências e, sobretudo, graças que advém da Adoração Perpétua, descritas em cartas escritas por um sacerdote a outro.
Já antes reflectia bastante sobre a Adoração Perpétua, que as queridas Irmãs Clarissas fazem no Mosteiro de Monte Real e em todos os seus Mosteiros.
Escrevi há pouco tempo que estas horas de adoração nos parecem, por vezes, carentes de “resposta”, digamos assim, mas se quisermos reflectir verdadeiramente na grandeza e no infinito amor que Deus tem à Sua criatura, podemos acreditar, (eu acredito firmemente), que inúmeras graças são derramadas por esse mundo fora, tão carente de amor.
Humanamente somos sempre levados a pensar numa qualquer retribuição de tudo o que fazemos bem e, até com algum esforço, mesmo nas coisas de Deus, mas se em relação aos homens muitas vezes essa retribuição não acontece, com Deus acontece sempre, embora a maior parte das vezes não sabendo como e a quem, e ainda bem que assim é, para que não nos orgulhemos daquilo que fazemos em doação de amor.
Recebeste de graça, dai de graça.
Por isso chego sempre à conclusão que Ele me cobriu e cobre de bênçãos e eu, afinal, dou-Lhe tão pouco, (talvez umas horitas do meu tempo), e ainda fico a pensar se Ele me retribui alguma coisa.
Ah, como eu gostaria que fosse verdade em mim a frase de Santa Teresa: Só Deus basta!
Seria tão bom que muitas mais igrejas tivessem Adoração Perpétua!!!
Marinha Grande, 28 de Maio de 2025
Joaquim Mexia Alves
Nota: A fotografia foi tirada na igreja de São Jorge de Arroios