terça-feira, 13 de maio de 2025

SECURA!

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Que secura é esta, Senhor, parece que Te afastastes de mim, que já não me tocas com o Teu sopro de amor, que já não sinto as Tuas palavras em mim.

Olho-Te no Santíssimo Sacramento da Eucaristia e um cansaço imenso abate-se sobre mim,

Que fiz eu, Senhor, que não me sinto transportado até Ti e por Ti?
Porque Te afastas de mim, Senhor?
Esta secura, esta fome, esta sede que não se sacia, que não sacias agora, o que quer dizer Senhor?
Acaso fiz eu o que não devia ou não me entreguei como deveria entregar?

Tudo me parece frio sem calor, sem chama.

O amor, o Teu amor, parece que não me toca, que não me move, que não me alegra.
A Tua paz, Senhor, essa paz da serenidade, do alento, da bondade, parece não estar em mim.

Não, Senhor, não estou revoltado.
Estou admirado, estou surpreso, estou sem perceber o que fazer e como fazer.

Sim, Senhor, não morreu em mim, apesar deste momento, o desejo profundo de estar Contigo, de me aninhar a Teus pés, de ouvir a Tua voz, mesmo que nada ouça, agora.

Eu acredito, Senhor, que Tu estás aqui, mesmo que os meus olhos Te não vejam, mesmo que, por agora, o meu coração não Te sinta, mesmo que esta secura me seque, me incomode, me esconda a Tua presença.

Eu sei, Senhor, que estás aqui!

Por isso abandono-me assim, sem nada sentir, sabendo que me tomas nos Teus braços e me amas apesar de tudo o que eu não possa ver, nem sentir.

Se me provas, Senhor, então deixa que Te diga que apesar de mim e de tudo o que agora não sinto, eu Te amo com todo o amor de que sou capaz, com toda a força, que afinal me vem de Ti, apesar de mim e do que neste momento sinto e vivo.

Sou Teu, Senhor, mesmo no deserto do meu sentir, do meu ouvir, do meu pobre rezar.

Abraça-me, Senhor, porque eu preciso de Ti.





Garcia, 12 de Maio de 2025
Joaquim Mexia Alves
(escritos em adoração)

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