quarta-feira, 21 de novembro de 2012

"CREIO NO ESPÍRITO SANTO" (2)

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Mas é por vezes complicado para nós, “vermos” o Espírito Santo.
 
Porque o Pai é normalmente, humanamente representado como uma figura de homem de idade, com umas barbas, e tem esse nome que todos entendemos porque sempre toca as nossas vidas: Pai!
 
O Filho quis fazer-se igual a nós e portanto é apresentado pela figura humana em que quis encarnar, e fica-nos assim desse modo próximo e entendível, se assim podemos dizer.
 
Aliás a própria história dos homens fala d’Ele e há documentos para além das Escrituras Sagradas que atestam a Sua passagem no meio de nós.
 
Mas o Espírito Santo não tem forma, digamos assim, e por isso é representado normalmente por uma pomba, pelo fogo, pela água, etc., o que nos torna difícil o entendimento como uma Pessoa da Santíssima Trindade.
O termo espírito traduz o termo hebraico “Ruah” que significa sopro, vento, ar.
Algo que não se vê, mas se pode sentir.
 
Para além disso o Espírito Santo não fala de si próprio, mas faz-nos ouvir a Palavra do Pai, faz-nos conhecer Cristo, Palavra viva de Deus, mas nós não O ouvimos, embora Ele nos conduza no e ao entendimento da Palavra de Deus.
E por que Ele assim divinamente se apaga é que Jesus nos explica «que o mundo não O pode receber, porque não O vê nem O conhece», mas aqueles que crêem em Cristo, esses sim O conhecem, porque Ele está neles e neles habita.
 
Diz-nos o Catecismo que a Igreja é o lugar do nosso conhecimento do Espírito Santo:
 
— Nas Escrituras, que Ele inspirou:
— na Tradição, de que os Padres da Igreja são testemunhas sempre actuais;
— no Magistério da Igreja, que Ele assiste;
— na liturgia sacramental, através das suas palavras e dos seus símbolos, em que o Espírito Santo nos põe em comunhão com Cristo;
  na oração, em que Ele intercede por nós;
  nos carismas e ministérios, pelos quais a Igreja é edificada;
— nos sinais de vida apostólica e missionária;
  no testemunho dos santos, nos quais Ele manifesta a sua santidade e continua a obra da salvação.
 
Em todas estas citações, aqueles que crêem, reconhecem a presença do Espírito Santo, até porque se assim não fosse, nada do que foi citado teria o carácter da presença de Deus e seriam apenas coisas humanas, como tal falíveis e efémeras.
 
Citando novamente o Catecismo, encontramos nos textos sagrados várias designações para o Espírito Santo.
Assim, Jesus Cristo, em diversas passagens do Evangelho de São João, chama-Lhe o “Paráclito”, que quer dizer, traduzindo à letra, «aquele que está junto», «advogado».
O Catecismo diz-nos que Paráclito é vulgarmente traduzido por «Consolador» como na Primeira Carta de João 2, 1.
Jesus chama-Lhe ainda «o Espírito de verdade», em João 16,13
 
Para além do nome próprio Espírito Santo, largamente usado nos Actos dos Apóstolos, São Paulo chama-Lhe ainda:
 
Espírito da promessa (Gal 3, 14; Ef 1, 13)
Espírito de adopção (Rm 8, 15; Gal 4, 6)
Espírito de Cristo (Rm 8, 9)
Espírito do Senhor ( 2 Cor 3, 17)
Espírito de Deus (Rm 8, 9. 14; 15, 19; 1 Cor 6, 11; 7, 40),
e S. Pedro designa-o por
Espírito de glória (1 Pe 4, 14).
 
Já há um pouco percebemos que há várias representações para o Espírito Santo, como a pomba, o fogo, etc.
 
Servindo-nos sempre do Catecismo, descubramos então, resumidamente, os símbolos do Espírito Santo:
 
694. A água.
O simbolismo da água é significativo da acção do Espírito Santo no Baptismo, pois que, após a invocação do Espírito Santo, ela torna-se o sinal sacramental eficaz do novo nascimento.
 
695. A unção.
O simbolismo da unção com óleo é também significativo do Espírito Santo, a ponto de se tomar o seu sinónimo. Na iniciação cristã, ela é o sinal sacramental da Confirmação, que justamente nas Igrejas Orientais se chama «Crismação».
 
696. O fogo.
Enquanto a água significava o nascimento e a fecundidade da vida dada no Espírito Santo, o fogo simboliza a energia transformadora dos actos do Espírito Santo. É sob a forma de línguas, «uma espécie de línguas de fogo», que o Espírito Santo repousa sobre os discípulos na manhã de Pentecostes e os enche de Si. A tradição espiritual reterá este simbolismo do fogo como um dos mais expressivos da acção do Espírito Santo. «Não apagueis o Espírito!» (1 Ts 5, 19).
(O fogo queima, purifica, para depois nascer a nova vida)
 
697. A nuvem e a luz.
Estes dois símbolos são inseparáveis nas manifestações do Espírito Santo. Desde as teofanias do Antigo Testamento, a nuvem, umas vezes escura, outras luminosa, revela o Deus vivo e salvador, velando a transcendência da sua glória.
Podemos ver isto mesmo, por exemplo, em Moisés no Monte Sinai, a marcha pelo deserto, na Anunciação, (a sua sombra que cobre Maria para que conceba e dê à luz), na Transfiguração, na Ascensão, etc.
 
698. O selo
é um símbolo próximo do da unção. Porque indica o efeito indelével da unção do Espírito Santo nos sacramentos do Baptismo, da Confirmação e da Ordem, a imagem do selo foi utilizada em certas tradições teológicas para exprimir o «carácter» indelével, impresso por estes três sacramentos, que não podem ser repetidos.
 
699. A mão.
É pela imposição das mãos que Jesus cura os doentes e abençoa as crianças. O mesmo farão os Apóstolos, em seu nome. Ainda mais: é pela imposição das mãos dos Apóstolos que o Espírito Santo é dado. Este sinal da efusão omnipotente do Espírito Santo, guarda-o a Igreja nas suas epicleses sacramentais.
 
700. O dedo.
«É pelo dedo de Deus que Jesus expulsa os demónios» Lc 11,20. Se a Lei de Deus foi escrita em tábuas de pedra «pelo dedo de Deus» (Ex 31, 18), a «carta de Cristo», entregue ao cuidado dos Apóstolos, «é escrita com o Espírito de Deus vivo: não em placas de pedra, mas em placas que são corações de carne» (2 Cor 3, 3). O hino «Veni Creator Spiritus» invoca o Espírito Santo como «Dedo da mão direita do Pai»
 
701. A pomba.
No final do dilúvio (cujo simbolismo tem a ver com o Baptismo), a pomba solta por Noé regressa com um ramo verde de oliveira no bico, sinal de que a terra é outra vez habitável. Quando Cristo sobe das águas do seu baptismo, o Espírito Santo, sob a forma duma pomba, desce e paira sobre Ele. O símbolo da pomba para significar o Espírito Santo é tradicional na iconografia cristã.
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4 comentários:

Concha disse...

Grata por esta catequese!
Abraço na Paz

joaquim disse...

Obrigado Concha.

Um abraço amigo em Cristo

Paulo disse...

Continuação de um excelente artigo. Por falar "nisso" aqui há dias, o nosso guia espiritual falou no Espirito Santo em hebraico e que o mesmo seria um termo, não masculino mas sim feminino. Fiquei a pensar...

joaquim disse...

Obrigado Paulo.

Deus não é masculino nem feminino: é Deus!

Por isso, pelo menos para mim, é-me indiferente, mas ao que julgo asber ele tem razão.

Um abraço amigo em Cristo