terça-feira, 10 de setembro de 2024

VEM ESPÍRITO SANTO!

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«A minha palavra e a minha pregação nada tinham dos argumentos persuasivos da sabedoria humana, mas eram uma demonstração do poder do Espírito, para que a vossa fé não se baseasse na sabedoria dos homens, mas no poder de Deus.» 1 Cor 2, 4-5

Quantas vezes ouvimos nós pessoas, (sacerdotes ou leigos), a falar de Deus, da Palavra de Deus, da Fé, da Doutrina, e percebemos que uns nos tocam o coração e a vida, enquanto outros, mesmo podendo falar muito bem, não nos fazem “estremecer”, ou seja, não nos levam a querer fazer o que nos pregam.

Por vezes preparamo-nos muito bem para falar sobre determinada passagem da Bíblia, sobre algum ponto específico da Doutrina Cristã, sobre a vivência da fé e, depois quando falamos, muito pouco daquilo que preparámos é o que afinal dizemos.

Por vezes também estamos a falar e, mesmo para nós, parece que estamos a “debitar” algo decorado, mas, de repente, uma qualquer inspiração momentânea, faz-nos “partir à desfilada” por um “discurso” que nem sonhávamos ir fazer.

Ao contrário quando nos preparamos muito e fazemos um esforço para nos cingir ao que preparámos, deixando que dentro de nós se instale uma certeza da nossa pretensa sabedoria, o nosso “discurso” até para nós é “frio” e desprovido de acção.

Sem dúvida nenhuma que a enorme e imperativa diferença é que, nos dois primeiros casos confiámos e nos deixámos conduzir pelo Espírito Santo e no terceiro caso colocámos a nossa confiança em nós próprios e naquilo que julgamos saber.
Por muitos argumentos, mais ou menos correctos que tenhamos, as nossas palavras são apenas nossas e, por isso mesmo, não tocam os corações.

E isso quer dizer que não nos devemos preparar para falar de Deus, da Sua Palavra, da Fé, da Doutrina?

Claro que não, porque o Espírito Santo embora tudo possa fazer sozinho, quer precisar de nós e de todos os talentos com que nos dota, bem como de toda a verdadeira ciência, para nos fazer verdadeiras testemunhas do amor de Deus e proclamadores da Sua Palavra em palavras e gestos.

Sem o Espírito Santo não há calor que aqueça o coração, não há vento que varra as dúvidas, não há fogo que queime as mentiras, não há trovão que derrube as barreiras, nem pomba que traga a paz.

«Unge o meu coração e a minha mente, ó Deus omnipotente, para que possa proclamar com a doçura e o poder do Espírito a tua palavra».
Cardeal Raniero Cantalamessa (Vem, Espírito Criador!)




Marinha Grande, 10 de Setembro de 2024
Joaquim Mexia Alves

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

OS MÁRTIRES ABANDONADOS DO NOSSO TEMPO

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“No dia 24 de Agosto, a aldeia de Barsalogho foi alvo de um ataque terrorista em que foram assassinadas mais de 150 pessoas, incluindo 22 cristãos. Este é o terceiro ataque ocorrido só neste mês e é já considerado como um dos mais sangrentos em toda a história do país que está a ser alvo desde 2015 da actuação de diversos grupos armados jihadistas.”
Retirado das notícias da Fundação AIS – Ajuda à Igreja que sofre

É preciso ser a Fundação AIS a dar esta e outras notícias, para o mundo saber dos horríveis e criminosos ataques que acontecem constantemente em África.

Neste mundo, dito “primeiro mundo”, a hipocrisia noticiosa continua todos os dias a manipular e confundir a opinião pública, dando-lhe apenas notícias que pertençam ao mundo do “politicamente correcto”.

Enquanto isso, em África e não só, persiste uma verdadeira guerra de genocídio de cristãos, sem que a ONU e outros organismos iguais, se incomodem em denunciar e condenar, com a mesma força e vigor com que o fazem noutras partes do mundo.

Mesmo, infelizmente, a Igreja Católica neste dito ocidente, não toma, por assim dizer, as dores destes cristãos esquecidos em África, e pouco ou nada fala e escreve, sobre este horror permanente.

Poderemos dizer que nós, cristãos que vivemos neste mundo, dito “primeiro”, pouco poderemos fazer, mas a verdade é que, para além de nas nossas orações diárias termos sempre presente estes irmãos que sofrem horrores, podemos, sem dúvida nenhuma, servirmo-nos das redes sociais em que colocamos, por vezes, tanta coisa de interesse duvidoso, colocar com insistência as notícias destes atentados criminosos que se vão sucedendo em África, para que a opinião pública não diga que não tem conhecimento.

Estes verdadeiros mártires dos nossos tempos, para além de sofrerem estes horrores, ainda sofrem, também, o abandono de uma sociedade mundial e, até, dos cristãos que em geral, como eu, vivem confortavelmente a sua fé, sem daí nos vir nenhum mal ou incómodo.

Indignemo-nos, denunciemos, exijamos das instâncias internacionais, o mesmo vigor e interveniência que têm noutras situações mediáticas, que são permanentemente notícia na comunicação social em todo o mundo.

Ajudemos como pudermos a Fundação AIS que é, talvez, a instituição que mais faz por estes nossos irmãos sofredores.

Que não cometamos o pecado da omissão, pelo menos e no mínimo, rezando pelos cristãos perseguidos em África e em todo o mundo.

Peçamos à Mãe do Céu que interceda por estes seus filhos abandonados à sua pouca sorte.

Que Deus os abençoe e lhes dê a justa recompensa pelo seu doloroso sacrifício.




Marinha Grande, 2 de Setembro de 2024
Joaquim Mexia Alves


Nota: link para a notícia - https://fundacao-ais.pt/burquina-fasso-ais-denuncia-novos-massacres-islamistas/