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Que
coisa é esta, a alegria cristã?
Haverá,
com certeza, muitas reflexões teológicas, meditadas, aprofundadas, escritas e
publicadas sobre a alegria cristã, mas não é sobre tais reflexões que me é dado
escrever.
Quero
escrever assim, como se a minha mão fosse a extensão do meu coração e
conseguisse passar ao papel, aquilo que o coração sente quando vive a alegria
cristã, quando sente a alegria cristã, quando testemunha a alegria cristã.
E
começa mal a escrita, porque ao colocar um «quando» atrás do viver, do sentir,
do testemunhar a alegria cristã, condiciona essa alegria a um tempo, a um
momento, a uma eventual experiência.
Ora
a alegria cristã deve ser permanentemente vivida, constantemente sentida,
diariamente testemunhada.
Porque
não deve depender do momento bom ou do mau momento, da boa ou má disposição, do
obter o que se deseja ou do ver-se privado do que se quer.
A
alegria cristã não é uma gargalhada, não é um rir ruidoso, não é sequer uma
exaltação mais ou menos expressiva.
A
alegria cristã é uma moção interior, “provocada” pelo amor de Deus e pelo amor
a Deus, amor que leva à fé, à confiança, à esperança.
É
esta certeza íntima de que, por muito que caia no pecado, perante o meu arrependimento
e propósito de emenda, Deus me toca e perdoa.
É
esta certeza íntima de que, de tudo aquilo que eu peça, Deus só me dará o que
realmente me faz falta e é melhor para mim.
É
esta certeza íntima de que, tudo o que me acontece Deus o permitiu, e se o
permitiu é porque de tudo isso quer retirar um bem para mim e para os outros.
É
esta certeza íntima de que, por muito que eu me veja ou sinta abandonado por
tudo e por todos, Ele está sempre comigo e me leva pela mão.
É
esta certeza íntima de que, se eu morrer vivendo nesta vida a vontade de Deus,
permanecendo n’Ele, não morro, mas vivo para sempre.
Ora
se eu vivo toda esta certeza íntima, como posso eu não sentir a paz, a
serenidade do Deus que me toca, me conduz e me ama?
E
é este viver por Cristo, com Cristo e em Cristo que me enche dessa alegria
cristã, que é essa certeza íntima em todo e qualquer momento, que é a alegria
do que é amado e do que ama, porque foi Ele quem nos amou primeiro.
«Assim
como o Pai me tem amor, assim Eu vos amo a vós. Permanecei no meu amor. Se
guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu, que
tenho guardado os mandamentos do meu Pai, também permaneço no seu amor. Manifestei-vos
estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja
completa.» Jo 15, 9-11
Monte
Real, 11 de Junho de 2013
Joaquim
Mexia Alves
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5 comentários:
Bom dia Joaquim
Um belíssimo discernimento sobre a alegria cristã.
Que a Paz esteja sempre contigo
Fala-se pouco de alegria e, menos ainda, da alegria cristã. Vem muito a propósito e atempadamente este teu escrito. Há uma pergunta em exame pessoal: «Deixas-te dominar pela tristeza sabendo que é aliada do inimigo?»
Sabemos bem quem é este 'inimigo' e deveríamos ter sempre presente que o 'inimigo' não nos quer alegres porque a alegria contagia, arrasta, convence. Convém-lhe mais a tristeza que afasta, incomoda e não atrai.
E, nós cristãos, temos de convencer, arrastar, atrair e, também, convencer.
Sejamos alegres como O Senhor mandou, com alegria sã e natural em quem acredita na palavra de Cristo.
Obrigado António pelas tuas sempre oportuníssimas achegas.
Um abraço amigo em Cristo
A alegria cristã...por vezes sinto e vejo que essa alegria, que devia realmente existir, transparesse o oposto, uma tristeza e não a alegria e o amor que Deus nos tem na sua alegria. A morte de Cristo é triste mas tudo o antes e e depois é alegria. Excelente artigo
Obrigado Paulo!
Realmente nós cristãos deviamos ser sempre testemunhas da alegria de Deus.
Um abraço amigo em Cristo
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