terça-feira, 22 de setembro de 2009

OS CRISTÃOS E AS ELEIÇÕES

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Falta menos de uma semana para irmos a votos no nosso Portugal.

Escrevo então, o mais humildemente que me é possível, para os cristãos deste nosso país que porventura me leiam.

Por vezes esquecemo-nos que ser cristão representa não só a adesão a Cristo, mas também por força disso mesmo, a missão de levarmos Cristo aos outros e os outros a Cristo, de lutarmos por um mundo mais fraterno, que viva do amor e no amor que Jesus Cristo nos veio revelar e que é e tem de ser sempre a matriz do nosso viver, do nosso pensar, do nosso agir cristão.

E um dos direitos de que todos os homens são detentores, (ou deveriam ser), é o de concorrerem pelo exercício da sua liberdade, na escolha daquelas e daqueles que devem governar as nações.

Mas para nós cristãos este não é só um direito, mas também um dever, porque se o somos verdadeiramente, devemos viver neste mundo e ajudar a transformá-lo, a conformá-lo à vontade de Deus, porque acreditamos que só a vontade de Deus é o melhor para o Homem, qualquer Homem.

Esquecemo-nos muitas vezes dos pecados por omissão e omissão é com certeza não nos empenharmos na construção de um mundo mais fraterno e harmonioso, que como nós sabemos e acreditamos, tem de ser edificado segundo a Palavra de Deus, que é Deus de todos e não só de alguns.

E devemos exercer esse direito e dever livremente, sem impor nada a ninguém, mas não deixando de dar testemunho daquilo em que acreditamos, para que outros possam tomar conhecimento e acreditar no Deus que nos criou.

Poderemos pensar e até dizer que o temos feito, mas isso não é verdade, pois basta ver o resultado do referendo ao aborto para percebermos que muitos cristãos pensaram que não era nada com eles, ou então ingenuamente julgaram que Deus faria aquilo que eles não se predispuseram a fazer.

Ou então, ainda, eram cristãos só de “apelido” e não conheciam verdadeiramente a Palavra de Jesus Cristo, pelo que, em vez de se conformarem com a Palavra, quiseram conformar a Palavra com aquilo que era sua vontade, quiseram que a Palavra fosse para servir os seus interesses.

E temos muito em que pensar, ou até talvez não!

Com efeito andam para aí uns partidos que arrogando-se de defenderem os “fracos e oprimidos” pareceria que defendiam aquilo que Jesus Cristo nos veio ensinar, mas nada mais falso, porque a coberto dessa capa têm escondido o ataque mais insidioso à célula mais importante da sociedade que é a família, para além de muitas outras coisas.

E não se coíbem de citar pessoas da Igreja com um despudor inadmissível, para servir os seus propósitos, interpretando a seu belo prazer aquilo que homens da Igreja disseram.

Chegam ao cúmulo de afirmar que têm padres nas suas fileiras, padres esses que tendo-se separado da Igreja continuam no entanto a usar esse “título”, porque se assim não fizessem, ninguém os ouviria.

E quando dizemos que a Igreja deveria ser bem mais clara, aconselhando os cristãos e chamando-lhes a atenção para a falta de valores cristãos da maior parte desses programas de “governo”, ainda pretendem citar Jesus Cristo dizendo: «A César o que é de César e a Deus o que é de Deus».

Mas então interpretemos literalmente como eles pretendem a Palavra, e logo reparamos que a Deus não interessam as “moedas de César” e que são de César, a Deus interessa a vida que é de Deus e que eles desde logo negam a partir da sua concepção.

Não nos deixemos enganar, porque esta suposta defesa dos direitos do homem, não passa de uma arrogância sem limites que afinal atenta contra o próprio homem, atenta contra a dignidade do homem, atenta contra a vida do homem.

Hoje, já bastante às claras, o ataque à Igreja e aos cristãos é visível em todo o lado, mas ainda é pouco, pois a sua vontade é destruir tudo o que vem de Deus, para que alguns homens possam dominar o homem.

Então pergunto eu, seremos nós cristãos que lhes daremos o poder, para que eles nos possam destruir?

Temos dúvidas?

Não sabemos se este ou aquele partido serve aquilo em que acreditamos, se é conforme ao que de mais profundo queremos viver nas nossas vidas, se é um partido que quer servir o homem enquanto filhos de Deus?

É muito simples a solução:
A Bíblia numa mão, o Catecismo na outra, para lermos e vivermos no Espírito Santo e não no nosso fraco espírito, no coração a fé, a confiança que nos anima, juntamente com a coragem que nos vem pela graça de Deus, e vamos lá colocar a cruzinha naqueles que defendem os valores da vida e do amor, para que não venha depois uma cruz bem maior sobre os nossos ombros e sobre as nossas consciências.
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quarta-feira, 16 de setembro de 2009

OLHO PARA DENTRO DE MIM

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Olho para dentro de mim,
tomo o peso do meu coração,
meço a paz que está no meu ser,
verifico se a vida que vivo,
é vida em abundância,
e descanso no Senhor.
Se o coração está pesado,
faço um exame profundo,
pois fico preocupado.
É que o amor não pesa,
e se o peso é demasiado,
então é porque me pesa o mundo,
muito mais que o meu Senhor,
que é no tudo e no todo,
“apenas” e só amor.
É que o amor dá-nos asas,
para voarmos com os pés no chão,
mas o mundo, só pelo mundo,
prende-nos, amarra-nos,
pesa-nos no coração,
e não nos deixa voar,
ao encontro do amor.
Por isso,
meu Deus e Senhor,
entrego-me todo a Ti,
para que o mundo que vivo,
seja leve como o vento,
tão leve que a minha vida,
nas tristezas e alegrias,
seja vida em abundância,
vivida no Teu amor.

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sábado, 5 de setembro de 2009

EFFATHÁ!

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Effathá!
Dizes-nos Tu Senhor,
permanentemente,
e nós continuamos calados,
sem falarmos do Teu amor a toda a gente.
Effathá!
Dizes-nos Tu Senhor,
permanentemente,
e nós continuamos surdos,
sem queremos ouvir a Tua voz.
Effathá!
Dizes-nos Tu Senhor,
permanentemente,
e nós continuamos de coração fechado,
sem deixarmos que habites em nós.
Effathá!
Dizes-nos Tu Senhor,
permanentemente,
e nós continuamos de mente fechada,
tentando controlar a fé,
com a razão.
Effathá!
Dizes-nos Tu Senhor,
permanentemente,
e nós continuamos ausentes,
longe da Tua Palavra,
longe da oração.
Effathá!
Dizes-nos Tu Senhor,
permanentemente,
e nós continuamos de braços fechados,
sem acolher o nosso irmão.
Mas Tu Senhor não desistas,
de abrir as nossas bocas,
de abrir os nossos ouvidos,
de abrir os nossos corações,
de abrir as nossas mentes,
de abrir os nossos braços.
Que em cada hora e minuto,
Do tempo que a Tua vida nos dá,
nós possamos sempre ouvir,
a voz do teu amor,
que nos diz permanentemente,
Effathá!
Effathá!
Effathá!

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terça-feira, 1 de setembro de 2009

CAMINHO DE CONVERSÃO 17

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Terça feira, 30 de Dezembro de 2003

Obrigado Senhor por mais este dia e por tudo quanto nele me deste.

Obrigado Senhor por todos estes dias, por todo este ano que agora finda.
Obrigado Senhor por tudo quanto neste ano me deste: as alegrias e as tristezas que permitiste em mim, tudo o que correu bem e tudo quanto foram provações, contrariedades, adversidades, dores e sofrimentos.
Obrigado Senhor!

Obrigado Senhor porque me quiseste ensinar aquilo que verdadeiramente sou: nada, sem Ti, não sou nada!

Permitiste que eu ficasse sem tantas coisas de que eu tanto gostava, para me dizeres que só Tu me bastas.

Permitiste que fosse humilhado, sobretudo perante aqueles de quem eu pensava ser superior, para me mostrares que todos somos iguais e que eu sou tão fraco e pobre como os mais fracos e pobres, pois só em Ti posso encontrar força e riqueza.

Permitiste que me angustiasse, que quase me revoltasse, para me dizeres que só em Ti devo depositar a minha confiança, a minha esperança.

Permitiste que tivesse de depender de outros, para me mostrares que sozinho nada sou, e que aquilo que são certezas do mundo, são coisas frágeis e perecíveis, pois só as coisas do Céu são eternas.

Permitiste que tivesse de sair da minha casa, da minha terra, para me mostrares que aquilo que eu achava meu por direito próprio, nada mais era que graça da Tua bondade, pois tudo Te pertence e só por graça o colocas nas nossas mãos.

Permitiste momentos de aridez, de secura, e permitiste momentos de oração íntima, de paz interior, de elevação da alma.

Permitiste as minhas fraquezas, mas deste-me sempre forças para as superar.

Permitiste dores e sofrimentos, mas deste-me sempre meios para os enfrentar.

Permitiste que por vezes me afastasse de Ti, mas correste sempre ao meu encontro e abriste-me sempre os Teus braços.

Permitiste o orgulho e a vaidade em mim, mas mostraste-me sempre o caminho da humildade.

Obrigado Senhor pelo Teu amor, pelo Teu carinho, pela Tua ternura, pela Tua paz, pelo Teu perdão, pela Tua misericórdia, pela Tua piedade, pela Tua compaixão, pela Tua fidelidade, pelos Teus braços abertos para mim.

Obrigado pela fé, pela perseverança, pela fortaleza. Pela oração, pelo louvor, pela adoração, pela Palavra, pela exortação, pela Comunhão, pela Confissão, pela libertação.

Obrigado Senhor, porque apesar de fraco, pobre e por vezes desiludido e angustiado, nunca deixaste de querer confiar em mim.

Obrigado Senhor, porque apesar de nada valer, quiseste precisar de mim, quiseste servir-te de mim.

Obrigado Senhor, porque apesar de casmurro e teimoso, quiseste fazer de mim um homem mais cordato e conciliador.

Obrigado Senhor, porque apesar de eu nada Te ter dado, Tu a mim me deste tudo.

Obrigado Senhor, porque apesar do meu coração duro, fizeste mais forte em mim o amor por Tua Mãe.

Obrigado Senhor, porque eu sou Teu, porque eu Te pertenço, porque tudo o que tenho e sou, é Teu para sempre.

Ajuda-me e ensina-me Senhor, a viver sempre e cada vez mais para Ti, por Ti e em Ti.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.

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