terça-feira, 16 de janeiro de 2024

POR VEZES O SILÊNCIO FALA!

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Numa recente deslocação a Lisboa para falar sobre o Percurso Alpha numa Assembleia Diocesana do Renovamento Carismático Católico, tive a oportunidade de ouvir o ensinamento feito por um sacerdote, no qual ele citou uma frase que tinha ouvido ou lido em francês, e que era mais ou menos assim: “Não fales tanto de Deus se não te pedirem, mas vive de tal modo que to peçam.”

Fiquei com a frase no meu coração e no meu pensamento e já me servir dela duas ou três vezes em que fui chamado a falar sobre a minha vivência da fé.

Com efeito algumas vezes com a ânsia de falar de Deus, (com um certo proselitismo, talvez), acabamos por incomodar, por invadir o espaço dos outros, e as nossas palavras acabam por ter o efeito contrário ao que pretendíamos.

São Paulo avisa-nos para isso mesmo, julgo eu, quando nos diz: «Procedei com sabedoria para com os que estão fora, aproveitando as ocasiões. Que a vossa palavra seja sempre amável, temperada de sal, para que saibais responder a cada um como deveis» Cl 4, 5-6

Regressando à frase que refiro acima, quero perceber que, se realmente vivermos em Cristo, para Cristo e com Cristo, isso será notório na nossa vida e, com certeza, levará outros que assim não vivem a questionar-nos, e mesmo que não seja com perguntas específicas sobre Deus, pelo menos o porquê de assim querermos viver.

Ora essas perguntas, dúvidas, ou até sarcasmos, serão a meu ver, o “aproveitar as ocasiões”, de que nos fala São Paulo, nos versículos acima referidos.

Então já não será uma espécie de “intrusão” na privacidade de outros, mas a resposta às suas perguntas, dúvidas ou qualquer outro tipo de intervenção que nos queiram dirigir.

E isso acontecerá porque afinal vivemos de tal modo a fé que nos move e faz viver, que outros nos pedem para falar do que vivemos.

Se assim vivermos e fizermos, estaremos a entregar-nos ao Espírito Santo, para que seja Ele a colocar as palavras em nós, e não seja a nossa pretensa sabedoria a falar, por vezes, infelizmente, apenas porque nos querermos mostrar.

Ou seja, afinal se vivermos verdadeiramente a fé que nos anima, estaremos sempre a falar silenciosamente com o nosso testemunho de vida, para depois, se para tal formos chamados, colocarmos em palavras a fé que nos move e faz viver.






Monte Real, 16 de Janeiro de 2024
Joaquim Mexia Alves

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