quinta-feira, 30 de outubro de 2014

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (4)

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Levanto-me de manhã, olho para o espelho e vejo o cabelo todo revolto, os olhos ainda meio fechados, a cara por lavar e tudo o mais que acontece em cada manhã.
Tomo banho, lavo os dentes, penteio o cabelo, olho para o espelho e julgo que já estou apresentável.
Ergo os olhos ao Céu para agradecer, e lembro-me do meu interior.

Ó Senhor, digo então num pequeno diálogo, precisava de um espelho onde visse o meu interior, para dele também cuidar cada manhã.

A resposta vem de imediato:
Mas Eu dei-te um espelho, inquebrável e imutável, onde podes sempre aferir o teu interior.

Qual, Senhor?
Respondo eu admirado.

A minha Palavra, meu filho, a minha Palavra!
Só tens de abrir o Livro, ler com o coração o que te digo em tantas passagens, e reparares se nesse “espelho” da minha Palavra, está reflectido o teu interior.
Se o teu interior não corresponde à imagem que o Livro te devolve, então meu filho, precisas de lavar a alma, purificar o coração e “pentear” os teus pensamentos, até que o teu interior coincida o mais possível com a reflexão que te dá o “espelho” da minha Palavra.

Obrigado, Senhor, Tu nunca me faltas com o teu amor.

Vai, meu filho, e lembra-te que só com o teu interior reflectido no “espelho” da minha Palavra, poderás viver cada dia braço dado com o meu amor.


Marinha Grande, 30 de Outubro de 2014
Joaquim Mexia Alves
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quarta-feira, 22 de outubro de 2014

«DOU-VOS A MINHA PAZ»

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Confesso que estou cansado! Mais do que cansado, estou farto!
Um Cardeal, um Bispo, o próprio Papa não podem emitir uma opinião, que não venha logo alguém, escalpelizar, interpretar, retorcer e distorcer a seu belo prazer o que o senhor em questão possa ter dito.

E depois as “notícias”, (conforme o que lhes interessa), lá vão rotulando e adjectivando os intervenientes, como progressistas, conservadores, tradicionalistas, liberais, procurando argumentar da veracidade da opinião de cada um, com coisas tão “palpáveis” e “verdadeiras” como: “muito próximo do Papa Francisco”, “colaborador de Bento XVI”, “teólogo mais importante”, “teólogo mais profundo”, “profundo conhecedor dos Evangelhos”, etc., etc.
E paulatinamente vai-se instalando a zizânia, a divisão, vão-se extremando campos, vão-se “comprando” guerras doutrinais, pastorais, etc., e a oração, (a meu ver), vai ficando cada vez mais para trás.

E então veio ao meu coração este versículo do Evangelho de São João: «Deixo-vos a paz; dou-vos a minha paz. Não é como a dá o mundo, que Eu vo-la dou. Não se perturbe o vosso coração nem se acobarde.» Jo 14, 27
Não andaremos nós à procura da paz do mundo?
Ou seja, não andaremos nós à procura de satisfazer o mundo em detrimento do que Jesus nos ensinou?

Nesse mesmo capítulo também Jesus nos diz: «Se me tendes amor, cumprireis os meus mandamentos» Jo 14, 15 e ainda «o Espírito da Verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece» Jo 14, 17
Mas andaremos nós à procura de cumprir os mandamentos, ou apenas à procura de fazer as nossas vontades e aquilo que achamos melhor para o mundo?

Curioso que este capítulo termina da seguinte forma: «Já não falarei muito convosco, pois está a chegar o dominador deste mundo; ele nada pode contra mim, mas o mundo tem de saber que Eu amo o Pai e actuo como o Pai me mandou. Levantai-vos, vamo-nos daqui!» Jo 14, 30-31

Cada vez mais … me interessam menos as notícias sobre a Igreja, o Sínodo, etc., veiculadas pela comunicação social em geral.

Cada vez mais … me interessa mais amar e rezar, rezar e amar, amar rezando e rezar amando!


Marinha Grande, 22 de Outubro de 2014
Joaquim Mexia Alves
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sábado, 11 de outubro de 2014

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (3)

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Agora vai e não voltes a pecar.

Mas, Senhor, sabes que eu sou pecador! Como queres que eu não volte a pecar?

Meu filho, conheço-te melhor do que tu te conheces. Eu sei que vais voltar a pecar, mas o que Eu te peço é que te comprometas a resistir ao pecado até ao limite das tuas capacidades.

Mas, Senhor, eu sou tão fraco!

Alguma vez te abandonei? Sozinho não terás forças, mas comigo podes resistir ao pecado.

Mas às vezes parece que não estás ali, a meu lado, a dar-me a mão.

Não será antes tu que me afastas, que olhas para o lado para não me veres? Não estou Eu sempre de mão estendida para ti, como estendi a Pedro quando ele se afundava no mar da Galileia?

Tens razão, Senhor! Desculpa, mas às vezes o pecado é tão “bom”!

Ah, sim, compreendo-te! Mas repara que é bom naquele exacto momento. Depois não te deixa incomodado, dividido, quase irritado por teres caído nele? E ficas triste e por vezes desanimado, por teres caído mais uma vez.

É verdade, Senhor! São tantas vezes que caio, que por vezes me apetece desistir, quase convicto de que nunca serei capaz de resistir.

Acreditas em Mim, no meu amor? Então acredita, meu filho, que o meu amor é muito maior do que o teu pecado e de todas as vezes que nele caias.
Acredita que cada vez que estendes a mão para mim, ansiando pelo meu perdão, Eu levanto-te das ondas alterosas do mar, aperto-te junto ao peito e digo-te: Amo-te com amor eterno. «Ninguém te condenou? Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.» Jo 8, 10-11



Marinha Grande, 10 de Outubro de 2014
Joaquim Mexia Alves
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terça-feira, 7 de outubro de 2014

SÍNODO EXTRAORDINÁRIO SOBRE A FAMÍLIA

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Ganhei este hábito de tentar todas as semanas colocar um texto neste espaço da net.
Desde ontem que tento encontrar inspiração para escrever e … nada!
Apenas me vem à mente e ao coração o Sínodo Extraordinário sobre a Família, que está a decorrer no Vaticano. E tem toda a razão de ser!

Este Sínodo é de uma imensa importância, dada a situação em que hoje em dia vive a família, em todos os campos, mas sobretudo na sua desagregação, (muitas vezes provocada por leis civis iníquas), que em vez de a protegerem como a célula mais importante da sociedade, a fragmentam e destroem.

É necessária também a reflexão profunda sobre o Sacramento do Matrimónio, em que para além de tanto para analisar, é, quanto a mim, imprescindível perceber o que fazer para dar aos católicos a verdadeira noção do que é o Sacramento, (desde a mais tenra idade), por forma a que o mesmo não seja visto e celebrado como uma mera tradição “popular” ou uma festa mais “bonita”.
Que aqueles que querem celebrar o Matrimónio saibam claramente o que é o Sacramento e o que a Igreja quer que assumam ao celebrarem as suas núpcias na Igreja.

Para além de todas e tantas vertentes que hoje em dia tocam a família há também a problemática sobre os divorciados e recasados e o seu acesso aos sacramentos.
Sobre isso não me pronuncio e espero pacientemente por aquilo que a Igreja nos há-de dizer, sabendo de antemão que o meu coração aceitará de bom grado tudo o que for decidido.

No pouco que posso fazer, ou que todos podemos fazer, está com certeza a oração por este Sínodo, pedindo que o Espírito Santo ilumine os homens, para que façam a vontade de Deus.
Pedindo a intercessão de Maria, esposa e Mãe, e de José, seu esposo, Pai adoptivo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
E para isso, nada haverá melhor que todos os dias, de manhã ao acordar e de noite ao deitar, rezar a oração que o Papa Francisco compôs para este Sínodo.

ORAÇÃO À SAGRADA FAMÍLIA PELO SÍNODO

Jesus, Maria e José
em vós nós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, a vós dirigimo-nos com confiança.

Sagrada Família de Nazaré,
faz também das nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, autênticas escolas do Evangelho e pequenas igrejas domésticas.

Sagrada Família de Nazaré,
nunca mais nas famílias se vivam experiências de violência, fechamento e divisão: quem quer que tenha sido ferido ou escandalizado receba depressa consolação e cura.

Sagrada Família de Nazaré,
o próximo Sínodo dos Bispos possa despertar de novo em todos a consciência da índole sagrada e inviolável da família, a sua beleza no desígnio de Deus.

Jesus, Maria e José
escutai, atendei a nossa súplica.


Marinha Grande, 7 de Outubro de 2014
Joaquim Mexia Alves


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quinta-feira, 2 de outubro de 2014

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS (2)

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Segue-me!

Como, Senhor?

Deixa tudo e segue-me!

Ó Senhor, mas então e a família, a casa, os bens e tantas outras coisas.

Repito, deixa tudo e segue-me!

Queres mesmo que deixe tudo para Te seguir?

Sim, tens que deixar tudo para me seguires.

És duro, Senhor, com aqueles que Te amam.

Ora pensa lá bem, com o coração iluminado pela fé o que é que Eu quero quando te digo, segue-me?

Ah, Senhor, de coração livre! Enformado primeiro pelo teu amor, para poder amar os outros, a família, os que colocares no meu caminho. Para poder fazer uso das coisas que me deste com amor, sobretudo amor aos outros.

Vês, como percebeste! Vá, agora deixa tudo e segue-me!



Marinha Grande, 2 de Outubro de 2014
Joaquim Mexia Alves
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